Stereo Hearts

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Do que precisava agora? Um beijo.

Quem sabe um pouco mais...

— Do que você está falando?
— Uma pausa.

Ela sorriu.

— Acho que nós dois gostaríamos de tomar um ar. Você está muito pálido.
— Obrigado. Bom saber que me acha tão atraente. Talvez devesse sair por aí com a foto do livro grudada no rosto.

Ela pausou, ruborizada.

— Eu não disse... Não quis dizer...

Lena estava confusa. Desejo corria pelas veias de Karl, tão rápido, tomando-o completamente de surpresa. Ele não tinha uma mulher em casa há muito tempo. De repente, aparecia essa e desequilibrava seu perfeito equilíbrio.

— Claro que não.

Então ela se recuperou, trazendo de volta o brilho aos olhos cor de esmeralda.

— Quis dizer que devemos ficar um pouco à toa.

Estendeu a mão.

— Você topa, Karl Zor-El?

Hesitou por um segundo, então segurou a mão dela, imaginando se estava fazendo a coisa certa.

Quando a tocou, um choque elétrico percorreu seu braço.

Algo que quase podia chamar de atração, se quisesse se sentir atraído por uma mulher. Uma mulher com uma filha, nada menos.

E isso significava que estava recebendo muito mais do que buscava.

Algo que não estava preparado para receber, um bônus que não sabia se queria. Lena era aparentemente uma profissional em piqueniques.

Observou, maravilhado, enquanto ela andava pela cozinha, colocando o bebê no carrinho, junto com o que pareciam suprimentos para um ano numa bolsa.

Vasculhara sua geladeira procurando ingredientes para um jantar tardio e guardou-os num cooler que resgatara da garagem. No último minuto, apesar do mantra sobre precisar de uma pausa, ela resolveu levar sua agenda, o bloco de anotações e o celular que nunca parava.

Mesmo enquanto saíam da casa e viravam a esquina em direção ao parque, ela discutia com alguém sobre realçar os traços faciais ou algo assim, fazendo-o empurrar a criança.

Karl se sentia como o pai desse trio, nada parecido com o que pretendia quando concordou com a expedição.

O carrinho rosa seguia pela calçada, com a criança arrulhando feliz, enquanto os vizinhos sorriam e acenavam para eles, como se fossem só outra família indo ao parque.

Assim que Lena terminou a ligação, deu o carrinho para ela.

— Você empurra. É sua filha, afinal.
— Você é a babá.

Ela sorriu sarcástica. Raios de sol refletiam naquele corpo delicado. Abaixo dele, a criança cantava ba-ba-ba interminavelmente.

— Só estou aqui para ter certeza de que você não vai trapacear e dar meia-volta em cinco minutos.
— Olha quem fala.
— Do que você está falando?

Karl apontou na direção do telefone celular dela.

— Você deve ter grudado esse celular na mão. Achei que havíamos combinado que íamos ficar à toa.
— Nós vamos, quando chegarmos ao parque. É logo ali.
— Você apelou para um detalhe técnico, Srta. Luthor.
— Não é um detalhe técnico, é a realidade. Ainda tenho alguns detalhes para resolver até o fim do dia. Se não trabalhar, não pago o aluguel. Se não pago o aluguel, Hope e eu ficamos sem teto...
— Pensei que eu era o escritor de ficção. Você pode tomar meia hora de seu tempo para ir ao parque. E você sabe.

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