Super Bass

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Ele jogou a fralda no lixo e, quando a tampa fechou, virou-se para ela, ainda mais carrancudo.

— O que eu estou fazendo? Você deveria perguntar o que ela está fazendo. Essa criança devia vir com um aviso de “interditado”.

Mirou-o aterrorizada, depois correu até Hope, tirando-a da cadeirinha, e colocou-a no colo. O cheiro de pó de bebê encheu suas narinas, doce e puro. Segurou sua filha firme, o corpo quente e familiar encaixando-se perfeitamente em seus braços.

— Mamãe está aqui, querida, mamãe está aqui.

Ter sua filha em seus braços a fez sentir-se em casa. Como se o mundo estivesse fora de controle o dia todo e, repentinamente, tudo voltasse ao normal. Respirou calma. E sempre esperava que Ho se derretesse com seu toque, se acalmasse suavemente, como outros bebês. Ficasse feliz, contente, como num comercial de TV, como sonhara quando estava grávida.

Mas nunca funcionava assim.

Como sempre, Hope não se acalmou.

Continuou chorando, mais alto. Fez tudo o que os livros e a Sra. Winterberry recomendaram.

Acariciou as costas. Sussurrou no ouvido. Andou de um lado para o outro.

O bebê ainda chorava e chutava.

Claramente, ter sido deixada nas mãos de um estranho não havia deixado Hope feliz. Tentou não levar para o lado pessoal, mas... Levou.

— Vamos querida, está tudo bem.

Hope não concordava. Chutava.

A boca abria e fechava, chorando. Lena caminhava pelo carpete. Ainda assim, Hope não se acalmou.

— Shh...

Tentava, — quase chorando também. Tentava tanto ser uma boa mãe e ainda tinha que se conectar a criança, fazer o bebê feliz.

Era porque trabalhava muito?

Porque chegava cansada no fim do dia? Ou porque não era uma boa mãe?

— Shhh...
— Não pode fazê-la ficar quieta?

Karl terminou de lavar as mãos e saiu da cozinha, deixando a toalha na bancada.

— O que acha que estou tentando fazer?

Disse ela e continuou caminhando.

— Aliás, já a vi do outro lado da rua, mas acho que nunca nos apresentamos. Sou Karl Zor-El.

Se apresentou, estendendo a mão.

— Babá temporária relutante.

Apoiou Hope no outro ombro, esperando que ajudasse. Não ajudou.

— Lena Luthor. Obrigada por cuidar dela.

Expirou.

— Desculpe pelo jeito que o tratei antes. Sei como é difícil balancear mil coisas de uma só vez, especialmente com um bebê de oito meses. As fraldas, o choro. Pode cansar até a mim.
— É. Bem, não me peça para fazer de novo. A menos que mande fones de ouvido.
— Desculpe. Ela não costuma ser tão difícil.

Bem, talvez não com outras pessoas.

Mas não iria contar a verdade e mostrar que era a pior mãe do mundo. Mudou Hope de posição novamente, mas só ajudou a intensificar o choro. Respirou fundo, tentando encontrar mais paciência num dia tão frustrante.

— Vamos lá, bebê, acalme-se.

Hope continuava chorando, contorcendo-se em seus braços.

— Ei, você.

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