Capítulo 19

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Eu e Nikolay acordamos ainda de madrugada, antes mesmo das galinhas. Eu estava quase que agarrada a Nikolay, mas só peguei meu celular, desliguei o alarme e fingi que nada estava acontecendo.

Fizemos nossa higiene, nos arrumamos, separei uma roupa para levar na empresa, pois vou para a clínica de fisioterapia com uma roupa, e depois me troco na empresa, quero estar mais formal na empresa e elegante, afinal é um ambiente corporativo.

Vesti um agasalho bonito que comprei, e uma blusinha branca básica, por baixo coloquei um top, uma calcinha e um shorts colado ao corpo, ele é meia coxa, normalmente as mulheres usam esses shorts na academia para treinar. Decidi por usar esse shorts, assim quando eu tirar a calça para avaliarem minhas pernas, não vou ficar só de calcinha.

Tomamos café da manhã, peguei todos os meus exames que eu havia trazido do hospital quando tive alta, e saímos de casa ainda com o dia amanhecendo.

- Estou ansiosa. - Falo enquanto Nikolay guia o carro.

- Vai ser só uma avaliação. Eu poderia te fazer relaxar, mas você é uma maluca. - Nikolay fala e olho feio pra ele.

- Não começa com palhaçada logo cedo. - Digo dando uma boa olhada pra ele.

- O pessoal da clínica deve olhar sua perna e avaliar o que é melhor pra você. Não vai acontecer nada de muito grande. - Nikolay diz olhando o trânsito.

- Eu sei, mas estou ansiosa. - Digo outra vez e ele para o carro no farol.

- Eu estou indo com você. Entro no consultório e assisto a consulta. - Nikolay diz colocando a mão grande dele na minha coxa.

- T... tá.. bom. - Digo de olho na mão dele. Mesmo estando por cima da calça sinto um arrepio.

- Mais tarde eu posso te dar sorvete. - Nikolay diz com uma voz estranha.

- Aham... você comprou um estoque. - Digo subindo o olhar pra ele.

- Vou te sentar no meu colo, e dar sorvete na sua boca. - Ele fala de um jeito que sinto até uns negócios no estômago.

- Vai nada. - Falo sentindo meu rosto ficar quente.

- O que você quer? - Ele pergunta e fico confusa.

- Eu não sei, digo, querer o que? - Pergunto confusa.

- Você quer romance? - Ele pergunta e fico sem jeito, pois ele está muito perto, ainda tem a mão na minha coxa e nunca tive que lidar com esse tipo de situação.

Fico em silêncio sem saber o que dizer. Nunca me envolvi com ninguém, mas se eu me envolvesse eu ia querer carinho, amor, companheirismo... eu não sei ser carinhosa, só sei um pouco, com os cachorrinhos, mas com pessoas é diferente.

Escuto uns barulhos de buzina e Nikolay olha pra frente, faço o mesmo e vejo que o farol abriu.

Nikolay tira a mão da minha coxa e sai guiando, ele não diz mais nada e eu também não, mas fico pensando no que ele perguntou.

Hoje acordei grudada nele, se eu gostei? Sim. Ontem quando ele me ajudou quando tive a câimbra também gostei, quando ele me amparou na queda da cama e quando eu quase rolei a escada também gostei, eu gosto quando ele é carinhoso e me ampara, eu gosto quando ele me conforta e não é irritante.

Chegamos na clínica de fisioterapia, Nikolay estacionou o carro e veio abrir a porta pra mim, desci do carro e ele segurou a minha mão. Nikolay pegou o meu envelope de exames e assim começamos a caminhar.

- Não fique nervosa. Vai dar tudo certo. - Nikolay diz enquanto caminhamos.

- Que merda! - Falo vendo um clarão de longe, foi um repórter que nos seguiu e tirou uma foto.

O Casamento ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora