Capítulo 43

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Chegamos em casa, estaciono o carro e tanto eu, como Nikolay entramos apressados. Fomos direto para a sala de TV e quando entramos passei os olhos nas duas bonequinhas, que estão deitadinhas, cada uma em seu bebê conforto dormindo.

- Mamãe! Papai! - Valentin diz baixo vindo até nós e continua. - Já posso ir ver o vovô? Ele está bem? Chegou duas bebês aqui em casa! Olha elas! Acho que as duas já tem dentes, foi Deus que mandou às duas? Elas vão ser minhas irmãs? A Storm beijou a boca do Ray. - Valentin diz exasperado.

- O... oi, filho. O vovô está bem, acho que só amanhã você vai poder ir visitar ele. Às bebês, eu... não sei... eu... a Storm beijou o Ray? - Nikolay pergunta e só fico muda, pois olho para as bebês sentindo meu coração bater acelerado.

- Beijou, eu vi. Mas, e as bebês? Aquela chama Jessica, e a outra Adele, igual a cantora que a mamãe gosta. Elas têm cheiro gostoso. A Marla e a Hanna falaram que elas são gêmeas, as duas são quase iguais. Mas eu vi que a Adele tem uma pintinha na bochecha, e a Jessica não tem. Elas já usam brinco, igual a mamãe. - Valentin diz animado.

- O papai, ainda não sabe... eu... - Nikolay diz meio perdido.

Olho para Marla e para Hanna, e Marla me entrega uma pasta.

- O Sr. Rael deixou essa pasta. - Marla diz e vou com a pasta para o sofá, me sento, Nikolay se senta ao meu lado e Valentin vem conosco.

Abro a pasta e leio um bilhete que Rael deixou. No bilhete ele diz que engravidou uma mulher e que não queria ter o bebê, a mulher se negou a fazer um aborto e teve as meninas. Rael só pagava pensão e nem tinha contato com as crianças, mas a mãe das meninas morreu em um acidente de carro, e ele teve que levar as bebês pra casa dele. Então na mente filho da puta, mal caráter e ordinária dele, eram duas opções, ou ele dava as meninas para mim cuidar, ou mandava para adoção, afinal William e George não querem saber das meninas! E o desgraçado do Rael, ainda teve a audácia de escrever no fim do bilhete "Se você não quiser ficar com elas, manda pra adoção. Eu fiz vasectomia, não quero filhos. A papelada da aguarda mandei fazer no seu nome. Não me procure, não quero ser incomodado com essa situação.".

Terminei de ler o bilhete revoltada! As bebês não são dois objetos! Como pode Rael ser tão ordinário? Passo o bilhete pra Nikolay e pego um envelope, o abro e tem toda uma documentação.

- Eu... eu não sei nem o que falar! - Digo ficando emocionada e começo a chorar.

Como um ser humano pode agir assim? Como? Como pode ser tão ruim e sem o mínimo de empatia? São filhas dele, caralho!

- Ei... shii... nós somos uma família, estamos juntos nessa. Se Deus decidiu assim e mandou elas pra gente, vamos cuidar das duas. Nós temos amor de sobra, as duas vão ser muito bem vindas. O Valentin acaba de ganhar mais duas irmãs. - Nikolay diz me tranquilizando.

- Não chora mamãe. Tá tudo bem. - Valentin diz me amparando.

- A mamãe só está preocupada... vamos ficar bem, Deus vai ajudar. - Falo tentando manter a calma.

A única opção existente vai ser eu cuidar das meninas, ser a mãe delas, pois na minha mente, enviar as duas crianças como se fossem dois objetos para a adoção é algo inexistente, essa opção não existe e nunca vai existir.

Choro um pouco, Marla me da um pouco de água com açúcar. Nikolay lê a documentação que estava na pasta e liga para Morris, pois ele é especialista nesses assuntos de adoção. Mostro o bilhete para Marla e para Hanna e começamos a ver as malas das meninas.

- Tem pouca coisa. Temos que comprar berços, montar um quarto, tem o enxoval, eu... será que elas já comem? Aqui tem duas latas de leite... elas têm 10 meses, eu acho que já comem comida, né? - Pergunto completamente perdida.

O Casamento ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora