Capitulo Vinte

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Kate

A cirurgia já dura em torno de seis horas. Dessas, passei três na capela ecumênica do hospital. Deus é o único que pode me ajudar nesse momento. A dor e a culpa que sinto pelo que aconteceu a Anthony me deixaram devastada por completo. Eu não deveria ter sido tão dura. Acho que exagerei. Eu estou confusa com relação a tudo, para variar.

A pedido do médico comuniquei a todos da família, tive que ligar para o meu pai e para Norah que ficou desesperada com a notícia e disse que viria imediatamente para cá. Não sei com que cara a encarar, ou como explicar como o acidente aconteceu e principalmente porque.

Nesse momento tudo o que quero é ficar em silencio. Nesse sentido, Grace compreendeu bem pois ela quase não disse nada nesse tempo. Ela também orou. Tomou café e ligou para Steve. Que ligou de meia em meia hora para saber o que estava acontecendo.

Gerrard também ligou. Grace o atendeu e explicou tudo. Acho que ele entendeu bem o quanto a situação é delicada, pois não insistiu na ligação apenas mandou uma mensagem me confortando e dizendo que está disponível caso eu precise de algo.

Nenhum médico vem até nós, sequer mandam qualquer notícia.

As enfermeiras passam aos montes, quando perguntadas sobre Anthony dizem não fazer parte da equipe que o está acompanhando.

Então, era assim que as coisas deveriam acontecer? Bem, eu nunca havia sido uma romântica. Uma visão tão cor-de-rosa da situação não combina com meu temperamento. Continuei esperando por uma resposta e quando não veio nenhuma, perguntei, com ansiedade na voz:

—  A que horas essa cirurgia irá terminar?

A recepcionista, respondeu, com calma:

— Não senhora, assim que a cirurgia terminar será avisada imediatamente.

— Sei que estou sendo impaciente — acho que ela percebeu o quanto eu estava preocupada.—  Imagino pelo que esteja passando senhora, mas confie em Deus e em nossa equipe. Tudo ficará bem.

— Quanto as despesas, a empresa já entrou em contato?

—  Bem...   sim.   Todos os valores já foram acertados com o banco.

Um médico finalmente veio em minha direção. Com trajes de cirurgiao e segurando a toca e máscara nas mãos, esperava me contar as novidades. Permaneci aparentemente controlada, mas questões de segundo após ele respirar eu perguntei, sem rodeios:

— E Anthony?

— A senhora é da familia?

— Sim. Sou a esposa.

— Bem senhora... A cirurgia foi complicada.

— Complicada como?

— Ele ficou preso as ferragens e além das lesoes do acidente, ainda tivemos que lidar com as causadas pelo resgate dificil. Por sorte, ele não teve nenhum dano cerebral... Entretanto...

— Graças a Deus, mas o quê doutor?

— Ele precisará passar por mais duas cirurgias até que possa voltar a andar.

— Anthony, não?

— Por enquanto não. Conseguimos reverter os danos nos nervos sensoriais e ele não ficará tetraplégico, mas ficará um tempo sem andar.

— Oh, meu Deus!

— Mas tudo irá depender do tratamento e da força de vontade do paciente.

O ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora