Capítulo Vinte e Sete

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Eu tive a sensação mais estranha
Seu mundo não é o que parece
Estou cansado de entender errado
O que mais isso poderia ser

( Believe – Mumford & Sons)

Kate

Eu estava tremendo por dentro, não era só o desgaste físico e mental que me incomodava, mas a clara e incontestável traição da Norah que me deixava sem nenhum tipo de reação. O que eu poderia fazer? De qualquer forma, a única coisa que me preocupava nisso tudo era o Anthony e como ele veria a acepção da mãe e a obrigação de se casar com esse monstro que a Meggie era.

Norah caminhou tranquilamente até mim e me olhou fundo nos olhos e eu fiquei pensando: como pude me enganar com ela? Mesmo ouvindo tudo o que acabei de ouvir da boca dela, olhar para ela não dizia absolutamente nada sobre essas duas caras. É, mamãe estava certa quando sempre dizia sobre as pessoas que: "As aparências enganam".

— Saia! — Ordenou à empregada que hesitou algum tempo, sendo advertida depois — Sua patroa pediu que providenciasse champanhe.

— Sim senhora. — Assentiu.

Após a sua saída encurralada, a atenção de Norah voltou-se a mim.

— Norah, eu não sei o que pretende, mas eu não esperava isso de você.

— Não seja tola e não banque a esperta ou dê uma de durona. Siga as ordens e tudo acabará bem para todos.

— Como pode entregar o seu filho nas mãos desse monstro? Será que não percebe....

— Cale-se. Eu não pedi a sua opinião. Apenas que não atrapalhe os planos.

Meggie veio até nós rapidamente e juntou-se a Norah abraçando-a pela cintura. Pareciam grandes amigas. E eu? Me sentia pior que nunca. Piscando, para afastar as lágrimas, abaixei a cabeça.

— Não importa o que você faça, Anthony será meu pela vontade dele inclusive. Foi apreciável o tempo que nos fez perder, mas você deveria ter vergonha e desistir por si mesma.

— Eu não vou desistir até que ele confirme isso olhando nos meus olhos. Porque com você coagindo ele e me ameaçando eu não dou a mínima. Aliás, se você quiser me matar faz isso agora mesmo.

Com um impulso que me dominou os sentidos, peguei a faca junto aos talheres na mesa de jantar e voei com sentido ao rosto dela, no qual ainda consegui fazer um arranhão e o sangue começou a pingar por entre as mãos dela que segurava a face firme. No mais, não me lembro de mais nada além do grito dela e de Norah me desarmando com eficiência, enquanto sem forças pela fraqueza acabei largando a faca no chão.

— Kate! O que você tem na cabeça?

— Eu não vou deixar você me vencer Meggie, o mal nunca vence.

— Idiota! — A sua mão encontrou meu rosto, mais rápido do que pude pensar ou desviar e ela me deu uma tapa enfurecida. — Eu vou acabar com você! Esse corte vai lhe custar muito caro.

— Pode até me custar caro, mas você ficará péssima no casamento. Quero ver se o Anthony vai ter coragem de casar com o scarface e se você ficará lindinha como o fantasma da ópera.

— Maldita! — Ela pulou em minha direção, mas foi impedida por Norah.

— Já chega! — Norah apaziguou a situação. Mas que falsa. — Será que você não vê que é isso que ela quer?

— O quê? — Isso mesmo: o quê? Perguntou Meggie atordoada e curiosa.

— Ela quer desestabilizar você Margareth. Fazer com que se perca pela raiva e ela se torna a grande vítima, a coitadinha aos olhos do Anthony. É isso que você quer menina tola?

O ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora