Capítulo Vinte e Três

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Anthony

Acho que o mundo parou no momento em que propus a Kate a separação novamente. Sei que posso parecer instável e que aos olhos de muitos, eu sequer a amo de verdade.

— Anthony! — A voz de Norah interrompeu meus pensamentos, e virei para vê-la se aproximando. — Você queria me ver?

Segurei um suspiro.

— Sim — respondi.

— O que houve? — Norah sussurrou, desapontada.

— Mãe, eu quero que você volte para a Grécia! — Disparei.

— Eu voltarei em breve, só quero ter certeza que estou bem...

— Estou bem Norah. Pode ir.

— Porque está me expulsando? Quer ficar tão a sós com Kate? — Ela falou, desanimada.

— Ela também estará de partida.

— O quê? De novo?

— Desta vez será definitivo e não voltarei atrás.

— Não estou entendendo.

— Eu não quero que ela sofra.

— Ela o ama, porque sofreria?

— Não posso conviver com a infelicidade dela.

— Bem, eu continuo sem entender.

— Lembra quando você e o papai se divorciaram?

— Anthony...

— Então, eu ainda lembro do quanto você adiou essa decisão só por minha causa. Lamento que tenha sido tão infeliz com ele, por tanto tempo. E ainda depois da morte dele ter que reviver tudo.

— Querido... — ela me abraçou. — Você é um homem completamente diferente do que seu pai foi.... Você errou em vários pontos, mas é tão digno de ser amado.

— Eu acho que não. Assim como o meu pai, sou incapaz de atrair as pessoas espontaneamente.

— Mas a Kate ficou porque sente amor por você.

— Talvez. E se ela apenas se acostumou a tudo, se ficou por pena de um mero invalido. Se sentiu culpa ou remorso? Eu não quero ter essas dúvidas. Prefiro que ela vá.

— Você vai abrir mão da sua felicidade de novo? Depois vai se arrepender, ir até ela e esperar o quê? Outro acidente que te faça criar juízo?

— Mãe!!! Parta o mais breve possível. Seja feliz. Eu buscarei a felicidade também sem magoar ninguém mais.

— Anthony, eu...

— Eu amo você mãe. Se nunca disse, quero que você saiba que eu agradeço tudo o que fez por mim.

— Eu não teria feito diferente, nem se quisesse. Você é o amor da minha vida.

— Me faça um favor.

— Qual?

— Reconstrua a sua vida. Eu cresci e posso me adaptar a um padrasto, contanto que ele não seja mais novo que eu.

Rimos.

Norah chorou e me abraçou novamente.

— Lembrei de algo... quando você caiu a primeira vez da bicicleta, criou pavor à ela. Eu demorei dias até que você subisse numa novamente. Depois se tornou seu brinquedo favorito.

— Não entendi.

— Não deixe o medo de errar o domine. A vida é feita disso.

O ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora