Seres humanos precisam desfrutar da sensação de pertencimento. É uma urgência natural da nossa mente, do nosso coração, olhar para o lado e ver que tem alguém no mesmo barco que nós.
Um colega que também tirou uma nota baixa. Um desconhecido que estava atrasado e também perdeu o mesmo ônibus que nós.
Não importa muito se é familiar ou estranho, desde que estejam no mesmo bote que a gente. É que a sensação de pertencimento também traz um pouco de acalento e empatia. Quem sabe, solidariedade.
No fundo, a gente quer ser entendido. Apesar das nossas loucuras, da paranoia incessante na cabeça, da montanha-russa diária entre o desânimo, passando pela apatia, subindo com alegria e despencando para a depressão, a gente quer ser entendido.
O sentimento de pertencimento talvez não signifique muito (ou nada) para alguns — até para você que está lendo.
Mas para mim... significa se sentir menos só dentro desse mar de ansiedade, raiva e tristeza que eu me banho todos os dias.
Significa que existe outras eu por aí. Umas caídas no chão, sangrando, outras tentando se reerguer.
Umas gritando no topo de suas vozes esganiçadas, outras mergulhadas em um profundo silêncio, vencidas pela exaustão.
Quiçá, alguma eu serena, recuperada, viva,
feliz.
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uma dose de solidão
Şiirescrevo, porque estou à beira de um colapso nervoso. mais um dia calada e morrerei sufocada, asfixiada, com as coisas que estou sentido e que não tenho coragem de dizer em voz alta. ladymach