Vamos andar de mãos dadas para sempre

06. Entre declarações amorosas e homofóbicas

— Amor, quero saber uma coisa. Posso te fazer uma pergunta? — Carlos se aproxima e se senta na frente de Arthur com as pernas cruzadas, que se diverte com algum jogo em seu celular.

— Pode perguntar, Carlinhos. O que você quer saber? — O estudante de Direito questiona, dando pausa no jogo e deixando seu celular de lado, fitando seu namorado e abrindo um sorriso pequeno no rosto, já que não consegue ficar sem sorrir quando vê o amor da sua vida.

— Qual etiqueta de aviso você gostaria que eu tivesse vindo?

Arthur solta uma risada nasalada e começa a pensar, alternando seus olhares entre Carlos e os outros cantos do quarto do chalé na praia. Carlos sorri também, passeando o dedo indicador pela perna de Arthur, fazendo um caminho aleatório pela pele da região e não querendo ficar ansioso pela resposta, mesmo sabendo que tudo sempre será natural entre eles.

— Ele ama Taylor Swift mais do que a si mesmo e mais do que sua família, amigos e seu namorado e faz questão de expor, sem nenhum pudor, que trocaria alguém por algum show ou por algum momento com ela.

— Isso é a mais pura verdade.

— Ele está, mentalmente, namorando com Justin Bieber, Liam Payne, Harry Styles, Chris Hemsworth, Chris Evans, Robert Pattinson e Emiliano d'Avila.

— Uma pena que é só fanfic da minha cabeça. Uma pena. Mas tenho fé de que um deles irá perceber que sou a melhor opção para passar o restante da vida amando, mais especificamente o Justin, porque ele foi a primeira paixão.

— Ele tem crise riso assistindo os stories e o programa da Tatá Werneck.

— Tatá é mãe do humor brasileiro junto com a Samantha Schmütz.

— Ele adora dançar Britney Spears, Madonna e Beyoncé e chorar com as baladas da Avril Lavigne e da Lana Del Rey.

— Tudo para mim, eu amo demais isso mesmo. É como se fosse uma terapia alternativa e libera endorfina necessária.

— Ele vê imagens e vídeos de cães fofinhos e sempre chora e diz que será pai de pet no futuro.

— Você tem uma lista, parça? Tudo bem, prossiga. E eu vou ser pai de pet, sim. Junto contigo.

Os dois riem juntos e Arthur logo volta a pensar em mais uma resposta, olhando no fundo dos olhos do seu companheiro e enunciando, com a voz relaxada:

— Ele, infelizmente, é um pouco inseguro e não importa quantas vezes eu prove o quanto o amo, ele não consegue acreditar e ainda me questiona e tenho certeza que isso acontecerá quando nos casarmos e até mesmo depois do casamento.

— Triste, porém, totalmente verdadeiro.

— A respeito do nosso futuro casamento, apesar de estarmos no início do nosso namoro ainda, eu te acho o noivo perfeito.

— Talvez eu comece a chorar agora.

— Quer saber? Você é o noivo perfeito de qualquer forma.

— Eu acho que eu te amo, mas só um pouquinho.

— Eu também acho que te amo, Carlinhos.

Ambos trocam sorrisos sinceros e se encaram por um momento, até Arthur puxar o corpo de seu namorado para cima de seu peito e o enche de beijos no rosto ao mesmo tempo que o acomoda de um jeito mais confortável. O coração de Carlos se derrete por inteiro e o estômago se enche de borboletas e suas asas batendo freneticamente, sem nenhum intervalo de tempo. O sorriso não quer sair de seu rosto e Carlos está em uma batalha árdua contra suas próprias lágrimas, pois não quer que elas escorram pelas suas bochechas, apesar de ele saber que possivelmente irá perder a batalha e a guerra e logo estará chorando de tanta emoção que está sentindo. Carlos se sente tão apaixonado que ele encara essa situação inteira achando bizarro, raro, legal, trágico e cheia de surpresas e emoções.