02. Acompanhado pela felicidade

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Carlos e Arthur se sentiam tão próximos e conectados desde o dia da mudança, a química entre a dupla consegue superar a de inúmeros casais que a internet força diariamente para te convencer que são perfeitos um para o outro, bom, podem até ser em alguns méritos e aspectos, no entanto, a falta de química desequilibra e impede a beldade que essa amizade, ou esse namoro ou casamento possa ter. Eles trocam mensagens todos os dias e frequentemente fazem chamada de vídeo. O estudante de Publicidade e Propaganda até influenciou seu amigo a escutar a discografia da Taylor, fazendo com que mais uma pessoa deitasse para a loirinha, porque ele ficou muito viciado e não para de ouvir ao 1989, ao Evermore e ao Red. E talvez não demore tanto para os dois irem atrás de algum estúdio para que paguem o tatuador fazer a tatuagem de algum trecho de uma das suas fantásticas composições.

E nesse tempo de aproximação, os sentimentos fazem questão de deixá-los pensativos e bem receosos, já que não querem destruir essa linda amizade e hoje, por estarem livres de suas responsabilidades monótonas e também necessárias, Arthur convidou Carlos para dormir em sua casa e como parte da diversão, vão assistir à muitos filmes e séries, mesmo sabendo que o rapaz mais baixo acabará dormindo devido ao cansaço que tem sentido durante a semana por causa da faculdade e do trabalho. A transição da juventude para a vida adulta é complexa e exaustiva, especialmente quando não se nasce em uma família rica e você sabe que não será presenteado com uma herança farta, mesmo sabendo que teria que dividir com sua irmã gêmea.

— Carlos. — Sua irmã, Carla, chama sua atenção.

— Diga, cópia.

— A cópia que nasceu primeiro. — Carla responde.

— Por míseros e exatos três minutos e vinte e sete segundos. — Carlos revira seus olhos.

— Os melhores três minutos e vinte e sete segundos da minha vida, aprendi muita coisa, juro para você. — Carla se expressa, botando a mão no peito e suspirando, dando a impressão de estar se sentindo nostálgica — Enfim, a mãe me pediu para te avisar que o café da tarde está pronto. Ela colocou uns pães de queijo para assar antes e ela já deve ter tirado, você sabe que ela gosta de tirar do forno quando estão bem douradinhos.

— Estou com medo de falar que vou descer daqui a pouco e quando eu chegar na cozinha, você já vai ter engolido quase todos os pães de queijo. — Carlos profere.

— Todos dessa casa sabem que isso é bem possível de acontecer, por isso a recomendação é que a gente desça ao mesmo tempo.

— Fique aí na porta! Vou apenas lavar as minhas mãos. — Sua irmã gêmea balança a cabeça em concordância e solta uma risada baixa, aguardando Carlos voltar assim que ele terminar de se lavar.

Assim que eles migram para a cozinha e se juntam a sua mãe na mesa, os gêmeos se servem e começam a conversar com a mulher mais velha, atualizando-a a respeito do trabalho, faculdade, vida amorosa e entre outros assuntos aleatórios. O pai deles costuma perder esse momento em família por causa do seu trabalho, mas sempre que consegue uma folga, faz de tudo para aproveitar ao máximo para descansar e se atualizar de todas as informações já noticiadas por sua esposa e seus filhos gêmeos, em outras palavras, o progenitor nunca fica de fora de uma fofoca.

— Que horas você vai na casa do Arthur mesmo, meu filho? — Sua mãe pergunta.

— Acho que daqui a pouco, mãe, depois do café. Ele disse que ia no mercado primeiro e que ia me avisar quando chegasse. Fora também que ele me disse que não queria atrapalhar nossa tradição familiar. — Carla, Carlos e sua mãe soltam uma risada baixa.

— Um dia você o convida para participar também, ele é um querido.

Carlos abre um sorriso pequeno em seu rosto e balança a cabeça, concordando com o comentário da mãe.

Vamos andar de mãos dadas para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora