07. Um pesadelo que virou realidade

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Arthur e Carlos estão curtindo bastante os dias na praia, mesmo que já esteja chegando ao fim a temporada e, em compensação, poderão curtir o restante das férias juntos alternando entre suas casas e fazendo mais planos para o futuro, como viagens para lugares que desejam muito conhecer, atividades em casal para os dois realizarem e entre outros planejamentos. Eles precisavam muito desses dias no local paradisíaco, especialmente Carlos por conta do stress que vinha carregando no seu último estágio, lidando com a homofobia de seus colegas publicitários e sua saúde mental se danificando a cada segundo estando naquele setor.

Hoje, por ser o último dia no chalé, o casal havia combinado no dia anterior de que vão aproveitar ao máximo o último dia na praia, ainda mais por nenhum dos dois saber quando vão voltar para ficar mais tempo e descansar bem mais. Arthur, já acordado, admira seu namorado dormindo em cima de si, com a respiração serena e com seu corpo encolhido, enquanto uma de suas mãos desempenha carícias em seu cabelo para deixá-lo ainda mais confortável e calmo. Ele está com muita vontade de atacá-lo com beijinhos em seu rosto, mas se contém no mesmo instante quando se lembra de que Carlos ficaria muito irritado, conquanto achasse fofo internamente.

O casal passou grande parte da noite acordado, em razão de que Carlos estava com muitas dificuldades para pegar no sono por causa da ansiedade e da insônia e o estudante de Direito o acolheu em seus braços e o encheu de carinho, no mesmo instante em que dialogavam os assuntos aleatórios, cantavam alguma música juntos e ele falou que não tem problema ficar acordado, pois fica com os olhos abertos o tempo que for para auxiliar seu amor a dormir. Quando viu que seu namorado se entregou ao sono após alguns minutos, ele fez o mesmo e agora já despertou, vendo que está bem cedo ainda. O Sol está surgindo, preguiçosamente, no céu.

Alternando seu olhar entre a paisagem através da janela e o seu namorado, Arthur fica reflexivo sobre os últimos acontecimentos em sua vida, começando pela notícia repentina de que teria de se mudar para outro lugar por causa do trabalho do seu pai. Ele não esperava que nessa nova vizinhança conheceria o grande amor da sua vida, pois Arthur, na verdade, já não sabia mais o que esperar depois de tantas vezes que teve que se mudar. Isso ainda o deixa surpreso por ter sido tão de repente e também tão empolgante e natural. Arthur, quando viu Carlos pela primeira vez, além de ter reparado na bunda do rapaz, conforme conversavam animadamente sobre algo que não se recordar enquanto carregavam caixas, achou-o muito interessante e queria conviver mais com aquele estudante de Publicidade e Propaganda que é um grande fã de Taylor Swift, para conhecer mais a respeito dele, tornar-se seu melhor amigo e o que viesse depois para agregar, apesar de ser consequência, faria toda a mudança em sua vida e ele esperaria que aconteceria igual na de Carlos.

Quem diria que com isso, os amigos inseparáveis iriam se tornar namorados meses depois? Bom, as mães dos dois viviam dizendo isso, Arthur e Carlos só se faziam de sonsos e depois davam um jeito de fugir do assunto, dizendo que tinham que estudar e/ou mudavam o tema da conversa para outra coisa. De qualquer forma, eles estão absurdamente felizes e se sentem no topo, invencíveis.

Inesperadamente, Carlos começa a se agitar e murmurar barulhos que são incoerentes, atraindo a atenção e a preocupação de Arthur, que se retira dos próprios devaneios. Carlos diz frases do tipo "você disse que me amava", "não me deixe, amor, por favor", "eu te amo", "você não me odeia e muito menos tem nojo de mim", "como assim teve nojo de fazer amor comigo?", "quem é Juliana?", "Arthur, você bateu sua cabeça e por isso está falando todas essas besteiras, vamos para casa, eu vou cuidar de você", "Arthur, para de falar desse jeito comigo, eu não te fiz nada e você vai me fazer chorar", "como assim se casar com outra pessoa? Você disse que se casaria comigo e que seríamos felizes para o resto de nossas vidas", "o que foi que eu fiz para você estar me tratando desse jeito? Nós estávamos tão bem ontem", "orgulho para seu pai? Amor, ele te odeia", "certo, já que vai ser assim então, eu estou indo embora e espero do fundo do meu coração que você não se arrependa, porque não sei se devo mais te dar uma segunda chance e nem aceitar suas desculpas" e sua voz carrega muita tristeza, desespero e é bem perceptível que o rapaz mais baixo está perto de chorar.

Vamos andar de mãos dadas para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora