Enquanto o casamento de Ryan e Daniel não chega, Carlos e Arthur estão aproveitando bastante o tempo para se reconectarem e criarem mais laços fortes na relação dos dois. Fizeram um passeio pelo shopping na cidade e foram até a praia também, lembrando de alguns momentos da viagem que fizeram na pousada, tentando ignorar que após os dias de descanso, um havia sido arrancado da vida do outro e enfrentaram seis anos impiedosos e torturantes.
Agora estão indo jantar em um restaurante que recentemente foi inaugurado perto do hotel em que estão. Ao que foi lido nas críticas feitas pela internet, é um ambiente sereno, a comida é muito deliciosa e os funcionários muito educados e atenciosos, tendo isso em base, eles fizeram uma reserva e se arrumaram para ir. A reação de Carlos foi muito fofa quando chegou no local que irá acontecer seu jantar e Arthur, lembrando-se do antes e vivendo o agora, viu-se encantado com o brilho nos olhos do mais baixo, ele adorou tanto que queria ter gravado, para ver sempre que quiser tem um motivo para sorrir em seus dias melodramáticos que resolve ficar com o corpo estirado na cama, depreciando-se com a discografia da Lana Del Rey ou da Taylor Swift ou alguma outra playlist do Spotify que só contenha sofrimento e angústia em forma de melodia.
— Se eu soubesse que era um lugar tão chique assim, teria vestido algo mais sofisticado. Você podia ter me avisado, Arthur. — Carlos forma um biquinho com seus lábios, que o advogado logo rouba um selinho demorado.
— Calma! Você está lindo como sempre foi, Carlinhos.
Assim que Arthur disse seu nome para um jovem que está na entrada, ele confirma na lista e os direciona até a mesa. Durante o trajeto, o advogado surpreende Carlos ao, disfarçadamente, dar um aperto em uma de suas nádegas, encarando-o com um sorriso malicioso e soltando uma risada um pouco debochada.
— Não precisa dizer nada, Arthur.
— Me desculpa, é que você é muito gostoso, amor. — O mais alto gargalha, não deixando de elogiar seu parceiro depois do ato.
— E você é impossível.
Já na mesa que o advogado fez a reserva, que fica um pouco mais distante das outras, um dos garçons entrega dois menus aos rapazes e eles não demoram para ler o que estão servindo. Há tantas opções que parecem absurdamente gostosas que ambos não conseguem decidir o que querem. Se tivessem todo esse poder financeiro, iriam degustar de tudo que é servido, incluindo a lista de sobremesas que está localizada em baixo do lado direito do menu.
Depois de terem escolhido os pratos e ficarem aguardando, eles ficam em silêncio, com Arthur admirando a beleza do mais baixo, que logo percebe que está sendo observado e indaga:
— O que foi? — Carlos interroga, torcendo para estar conseguindo disfarçar a vergonha.
— Estou te admirando e ficando mais apaixonado por você. Quero gravar cada detalhe do seu rosto caso eu não o tenha mais em meus braços de novo.
— Deveria apreciar as fotos da Taylor Swift, ou da Lana Del Rey, ou da Beyoncé. Nenhuma delas tem defeitos.
— Realmente, elas não têm defeitos. Só que assim, amor, eu teria que admirar as três por fotos, já você, posso fazer isso pessoalmente. Ao vivo e em cores. Em carne, em ossos e menos de um e setenta de altura e pura timidez misturada com desprezo à muitas pessoas e acidez.
— Eu te odeio, Arthur. Odeio muito.
Enquanto jogam mais conversa fora com alguns fatos aleatórios que ocorreram nos seis anos em que ficaram distantes, um garçom traz os pratos e um outro traz as bebidas, desejando uma boa refeição para os clientes, que agradecem e só pelo cheiro, já sentem um desejo enorme de atacar a comida que está no prato.
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Vamos andar de mãos dadas para sempre
RomantizmCarlos é muito diferente de Arthur, assim como Arthur é muito diferente de Carlos e a dupla, de alguma forma, torna-se um exemplo perfeito para explicar o que é uma antítese para os alunos quando estiverem aprendendo sobre as figuras de linguagem na...