Dura Realidade

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POV Rosamaria

Depois de toda a burocracia fui levada sozinha para uma sala mais reservada do hospital, onde seria informada pelos médicos da real situação de Carol.

Já fazia mais de uma hora que estava alí e suava frio, coração disparado, não entendia porque nenhum médico, funcionário, residente que fosse aparecia para me dar explicações e o nervosismo só aumentava. O que me fazia distrair desse nervosismo eram as inúmeras mensagens trocadas com amigos e a família de Gattaz. Como Roberta me alertou várias vezes a falta de informações era boa porque significava que Carol ainda estava viva e passando por cirurgia.

Mas para o meu alívio ví entrar um casal de médicos, ambos com expressões cansadas e preocupadas, vestindo o clássico uniforme azul de cirurgia e foram logo se apresentando com um aperto de mãos "Olá, você deve ser Rosamaria, a namorada da paciente? Sou o Dr. Lineu, cirurgião torácico que atendeu a Carol e esta é a Dra. Carla, neurocirurgiã, as cirurgias foram complicadas, sua namorada teve uma parada cardíaca no meio do procedimento, mas no final nós conseguimos estabilizar as hemorragias e ela está sendo transferida para a UTI neste momento".

De toda a explicação o que mais registrei foi o termo parada cardíaca "Como assim parada cardíaca, me disseram que ela estava passando por uma cirurgia no pulmão, fora isso não sei de mais nada". Os médicos se deram conta que realmente não haviam apresentado o quadro completo da paciente e o Dr. Lineu, muito praticamente, explicou o caso " Sua namorada deu entrada com uma hemorragia interna no pulmão devido as costelas quebradas que perfuraram o órgão. É comum, nesses casos, haver grande perda de sangue e a parada cardíaca foi consequência disso, mas conseguimos reverter a situação e estabilizamos a hemorragia, mas as próximas 24 horas serão cruciais para a evolução do caso, porque da mesma forma que o sague entrou no pulmão ele precisa sair para que ela possa respirar naturalmente. Agora ela está respirando através de uma máquina, para que o pulmão possa se recuperar".

Como que combinado, a Dra. Carla prosseguiu nas informações "Além disso ela bateu a cabeça muito forte e teve um traumatismo craniano", vendo a confusão no meu rosto continuou "O traumatismo é uma fratura na cabeça. Houve também uma lesão interna que chamamos de concussão que no caso dela foi grave, por isso além de entubada ela também foi sedada para induzir ao coma e deixar seu cérebro descansar para se recuperar".

Eu estava paralisada de pânico, era muita informação ruim, pulmão perfurado, coma, costelas quebradas, coma, entubada, coma, com fratura no crânio, coma, coma, coma.... Deixando meu desespero florescer comecei a chorar e meus pensamentos foram inevitáveis em pensar que Carol iria morrer, porque não tem como alguém sobreviver a isso.

Os médicos tentaram me trazer para a realidade novamente contando que a paciente era muito forte, atleta e que as primeiras 24/48 horas seriam fundamentais para determinar seu estado e que apensar de grave, estava estável.

Neste momento um homem já idoso, usando um terno bege claro e jaleco entrou na pequena sala onde estávamos e se apresentou como vice diretor do hospital. Informou que a notícia havia se espalhado e que uma verdadeira multidão de repórteres e fãs estavam na porta do hospital a procura de informações.

Se dirigindo diretamente para mim ele comentou "Sei que o momento é difícil, mas como estamos tratando de alguém famoso e a imprensa entrando em contato com a administração do hospital, queremos saber se você autoriza a divulgação de um boletim médico da situação da paciente, assim a família não precisa se preocupar com esse aspecto".

Aquelas palavras foram um choque pra mim, porque a situação estava tomando proporções gigantescas que não havia passado pela minha cabeça quando resolvi "ser a namorada de Carol Gattaz".

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