Do Outro Lado

Fé X Dúvidas

Algumas palavras sobre o mundial que o Brasil perdeu: ví a seleção de 2004, nas olimpíadas de Atenas, perder a semi-final pra Rússia, quando faltava um ponto para ganhar e ir para a final olímpica, sendo que ganhavamos por 24/19. Aquele dia doeu demais.

Ví tembém o Brasil perder o Mundial de 2006 para a Rússia. Aquele dia me marcou como nunca. Os jogos eram sempre de madrugada e eu acordava só para ver as nossas meninas. No dia seguinte, quando fui trabalhar, parecia que alguém da minha família tinha morrido. Era um luto sem tamanho. Mas foi um grande aprendizado.

Ví o Brasil perder o Panamericano em casa, 2007 e ser tachado de amarelonas.

Mas também ví o Brasil ser campeão olímpico em Pequim e Londres e sei que podemos ser campeãs.

Quando postei o primeiro capítulo dessa fic, quase 15 dias antes de iniciar o mundial, as coloquei como capeãs. Elas não foram. São você-campeãs com muito orgulho. Assim como as gerações anteriores, tenho fé em aprender com os erros e sei que o futuro dessas meninas de ouro é brilhar. Em meu coração são campeãs e não me arrependo de escrever esse enredo assim.

Agora é continuar trabalhando e prosseguir lutando. Os resultados são apenas consequências disso. Então, vida que segue.

A casa de Carol parecia uma loucura de malas e pacotes amontoados na sala, prontos para serem carregados nos carros que iriam para São José do Rio Preto. Era dia 23 de dezembro e estava programado eles chegarem na fazenda a noite, para o jantar. Como não havia voo direto de Belo Horizonte para a cidade natal de família Gattaz, Carol e a irmã decidiram se aventurar a ir de carro para Rio Preto. No carro de Carol iria apenas ela e Rosa, o que garantia espeço suficiente para carregar todos os presentes e malas delas, da irmã e das crianças, ou seja, uma mini mudança. No carro de Renata iriam os quatro integrantes da família da irmã, com cunhado e o casal de filhos. Apensar da bagunça e desorganização havia um clima gostoso de confraternização e alegria no ar "nem acredito que vamos passar o natal juntos na fazenda. Quando seus pais chegam em Rio Preto?" Perguntou Carol para Rosa que terminava de arrumar a mochila com os itens mais necessários, como carregadores, documentos e filtro solar, por exemplo. "Eles já chegaram em congonhas e vão pegar conexão para Rio Preto em uma hora. Marcela ficou de pegar eles quando chegarem e levar pra fazenda. A mamãe tá louca pra conhecer os cavalos". Rosa também estava feliz e se sentou no colo de Carol e iniciou um beijo carinhoso na amava, sendo interrompidas pelo interfone tocado.

Rosa já sabia quem era, pois Júlia tinha apenas algumas horas para se despedir delas antes de viajar para Brasília e passar o Natal com a família. Mas antes elas combinaram de trocarem seus presentes e darem seu último adeus. Assim, Rosa abriu a porta e já foi se jogando nos braços da mais nova, que carregava duas sacolas em uma das mãos e retribuiu o abraço com vontade " Cês já tão prontas? Meu voo só sai a noite então ainda tenho tempo de terminar de arrumar a mala" disse Júlia se ajoelhando para abraçar Carol, que estava confortável em sua cadeira de rodas. Enquanto as centrais se cumprimetavam, Rosa foi até a cozinha e trouxe três potes de sorvete para elas irem comendo enquanto conversavam. Ultimamente estava difícil fazer Carol comer alguma coisa que não fosse sorvetes ou vitaminas e Rosa não queria quebrar o clima ameno discutindo novamente o assunto. Como o tempo estava curto para o casal, Júlia entregou uma caixa média para Carol e uma caixa relativamente grande para Rosa, ambas super bem embrulhadas com papel dourado e recebeu de Carol uma caixinha pequena e fina e de Rosa um pacote disforme, mas que ela já sabia do que se tratava só pelo formato "não acredito que cê comprou a raquete de tênis que eu tava namorando quando fomos ao shopping?" e já foi rasgando o embrulho para constatar o que já sabia. Rosa, por sua vez também estava abrindo seu presente e ficou de boca aberta ao constatar que se tratava de uma maquete para montar de Hogwarts com os principais personagens em miniatura. Rosa sabia que aquela maquete havia custado uma fortuna, porque já era seu objeto de desejo há tempos. Emocionada por se conhecerem tão bem Rosa abraçou novamente Júlia, em um agradecimento silencioso "só vou montar quando a gente voltar das férias de final de ano. Quero que tu me ajude a montar isso aqui" falou para a menina.