ElyXiOn - uma realidade alternativa

Capítulo 3 - Estale os dedos

Baekhyun despertou antes da hora da escola. Passou a noite com seu sono conturbado e não se sentia muito bem. Ainda questionava sem parar sobre a aparição do monstro na montanha. Tentou fingir que aquilo não o afetou quando leu uma nota de um jogador no fórum, mas afetou. Era inexplicável... Quantos jogadores não procuravam as montanhas justamente para paz e abrigo, para cuidar dos ferimentos, e um monstro classe D aparece simplesmente devorando e jogando todos do andar em queda livre? Com certeza isso seria reportado à SMGames uma hora ou outra, e ele estava ansioso para saber como a empresa responderia e resolveria isso.

Deixando o monstro de lado, mas nem tanto, hoje ele se sentia tentado a faltar ao primeiro treino só para entrar no jogo. Não por uma questão de diversão, mas literalmente preocupação com seu clã. A partida de ontem foi intensa para todos e ele precisava saber se todos estavam bem, precisava conversar com eles, era seu clã e seu dever principal cuidar deles...

Uma aula de falta não mata ninguém, não é mesmo?

***

Quando Gwynplaine abriu os olhos, a dor em seu braço retornou. O tempo que ficou fora diminuiu sua regeneração e não havia expulsado nem metade do veneno. Teimoso, ergueu o corpo e se sentou na cama. Passou a mão pelos cabelos escuros e suspirou olhando para frente, dando de cara com Arabella sentada sobre os joelhos preparando outro antídoto. Suas bochechas estavam coradas e seus pequenos olhinhos estavam brilhantes. Foi então que Gwynplaine tossiu e se enrolou no lençol escondendo seu tronco.

— Não deveria estar aqui, Arabella — disse tentando parecer firme, mas por dentro queria rir daquela situação. Ainda mais porque sabia que ela não fazia a mínima questão de disfarçar. Arabella sorriu e mordeu o lábio inferior.

— Vim apreciar seu corpo deslogado... te dando mais antídoto. — O Líder riu sem graça. Não podia falar sobre a vida real ali, então tentou usar palavras que pudessem substituir as que realmente queria falar. Esperava que ela percebesse.

— Não tem missão hoje. Não é dia nem hora de estar aqui na base. — Teve que ser firme ou o jogo desconfiaria, mas doía seu coração falar um por cento mais duro que fosse com o doce que era Arabella. — Nossos encontros e missões são às quintas à noite.

— Sei disso, Líder, me desculpe. Tive que... — Arabella pensou em algo também. — Ajustei meus horários. Realmente preciso que tome mais disso. — Ela ofereceu o antídoto. — Não sei como... seu corpo — ela disse "real" sem sair som de sua boca — está lidando com isso.

— Hm, digamos que bem mal. — E estava mesmo. — Não é a toa que estou aqui hoje tão cedo. Vim ver se consigo melhorar isso. — Ele bebeu o antídoto todo de uma vez. — Acho que está me afetando.

— Vai precisar ficar logado pra fazer efeito mais rápido. — Arabella se levantou e limpou a calça. — Deixei mais pronto na mesa. Tome de quatro em quatro horas. Eu vou indo... Realmente só passei pra ver como estava.

— Obrigado por se preocupar comigo. — Gwynplaine sorriu e ela também.

— É meu dever como suporte honrar o líder. — Ela rodopiou e fez uma reverência exagerada e cômica, antes de deslogar.

***

Sehun desceu os degraus do portão da escola dirigindo-se rapidamente ao outro lado da rua. Queria passar na lanchonete e tentar conseguir a promoção do milk shake antes que a escola inteira resolvesse ir até lá. Ouviu umas buzinas e parou olhando em volta. Seu celular vibrava no bolso e piscava o nome "pai" na tela. Ele estava do outro lado da rua, parado do lado de fora do carro esportivo, que Sehun odiava, buzinando.