Meu porto seguro - Malila

Feliz aniversário

-Maraisa

Abro meus olhos lentamente e logo sinto minha cabeça latejar de dor.

Eu não me lembrava de praticamente nada do que acontecerana noite anterior. A única coisa que eu sabia era que eu havia bebido demais e como resultado, minha cabeça doía agora como o inferno. Olho para minhas roupas e percebo que continuo com a mesma da noite passada. Bufo.

- Droga!- resmungo.

Levanto da cama, tomo algumas aspirinas e vou direto para o banho.

- Deus, como estou horrível! - me encaro no espelho.

Depois de ter tomado um banho relaxante, digito uma breve mensagem à Lauana, dizendo que eu não iria a faculdade.

Preparo um café bem forte e me jogo no sofá. O irônico é que Lauana prometeu que a noite seria inesquecível, e aí, eu não me lembro de nada!

Ouço batidas na porta e ando cambaleante até a mesma. A abro e Marília me encara com seu sorriso debochado habitual. Reviro os olhos.

- O que você quer? - resmungo.

- Mau humor, Maraisa?

- Não enche! - volto para o sofá.

- Bom, trouxe essas aspirinas! - deixa uma cartela na mesa de centro. - Imaginei que fosse ficar assim, de ressaca.

- Obrigada, mas eu já... - me viro para encará-la. - Como sabia que eu iria ficar assim?

Ela ri e cruza os braços.

- Advinha a surpresa que tive quando te encontrei naquela boate.

Reviro os olhos.

- Está me seguindo?

- Não! - dá de ombros. - Mas se você não tivesse bebido demais e dançado com um qualquer, que poderia ter se aproveitado da sua situação, eu não teria feito nada. - sua expressão fica séria.

- Não sou uma criança! - resmungo indo para a cozinha.

- Não é o que parece!

- Marília, por favor! - massageio minhas têmporas. - Eu sei cuidar de mim mesma!

- Sabe? - ela ri irônico. - Não foi o que eu vi! Você ficou bêbada, não sabia o que estava fazendo. Que droga, Maraisa! Você já parou para pensar que podiam ter se aproveitado de você? - exclama.

Droga, eu nunca tinha visto Marília tão séria assim

- Eu sei, droga! - respiro fundo. - Olha, eu estou com uma puta dor de cabeça. Então, chega desse sermão todo! Por favor!

- Eu só não sei o que eu faria se fizessem algum mal à você, eu me preocupo. - engulo em seco o encarando.

Por quê simples palavras foram mexer tanto comigo?

É claro que ela vai dizer isso, Maraisa, afinal, ela ê a sua segurança, sua idiota! - meu subconsciente reclama.

Ela apenas suspira e sai do meu apartamento. Bufo e me sento em uma das banquetas, massageando mais uma vez minhas têmporas.

- Marília o que está fazendo comigo? - digo baixo para mim mesma.

***

Já havia se passado uma semana e adivinhem, hoje era o meu aniversário e eu estava sozinha.

Meu pai, Maiara e Carmen foram viajar. Meu pai se desculpou por não ter ficado. lauana também viajou já fazia alguns dias e Danilo, bom, pelo que me disse, não poderia vir por causa da empresa.