Segura

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Marília

O nervosismo não cabia dentro de mim. Eu estava com medo. Medo de que fosse tarde de mais e eu perdesse minha Maraisa.

– Melhor você se acalmar, Marília! Esse nervosismo não ajudará em nada. – Murilo diz.

– Me acalmar? A mulher que eu amo está presa e eu tenho medo de perdê-la! – o encaro.

Ele suspira e aperta meu ombro.

– Vai dar tudo certo!

Suspiro, porém assinto. Eu esperava que Murilo estivesse certo.

Estávamos eu, Murilo, Gustavo, Bruno e Austin no carro. Austin nos guiava, com uma arma apontada para sua testa, até onde Maraisa, provavelmente, estaria presa.

Outros carros nos seguiam, sendo esses policiais. Eles estavam mais afastados, para não chamar muita atenção.

– É ali! – Austin diz.

– Sabe que se estiver mentindo vou estourar seus miolos! – rosno e Austin assente.

– Não estou mentindo!

Olho pra frente e vejo a imagem de uma casa velha e descuidada, sobre a grama seca. Já estava escuro e as luzes estavam acesas.

– Diminua a velocidade! – digo e Gustavo assente.

A cada segundo a casa estava mais perto e meu coração parecia querer saltar pela boca. Gustavo estaciona nos fundos da casa, com todo cuidado possível.

Os outros carros ficaram para trás, sendo acompanhados por Marco Cesar, que mesmo ainda ferido, insistiu em participar do resgate de Maraisa.

– Vamos! – digo e todos assentem.

Saímos do carro e enquanto Gustavo e Murilo faziam a vistoria das redondezas, eu e Bruno tentávamos achar uma entrada discreta para casa.

– Talvez se... – Bruno começa a falar, mas é interrompido por um grito grave vindo da casa.

Olho assustada para Bruno e logo vejo Murilo e Gustavo correrem para meu lado.

– Vocês ouviram? – eles perguntam ofegantes.

Assinto e preparo a arma. Estou prestes a entrar na casa, quando a vejo. Ela estava desesperada e corria  em direção aos fundos da casa sem deixar de olhar para trás. Corro em sua direção e a agarro pela cintura. A aperto forte.

Finalmente!

– ME LARGA! – ela se debate em meus braços e chora descontroladamente. — ME LARGA!

– Te peguei! – sussurro, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

Ela me olha assustada, mas cede em meus braços, chorando ainda mais. Eu a aperto em meus braços e acaricio seus cabelos, deixando que as lágrimas corressem livremente pelo meu rosto.

– Meu amor... – digo e ela soluça.

Ela olha para mim e meu coração se aperta. Ela estava ainda mais pálida que o normal, fazendo com que manchas roxas e avermelhadas se destacassem em sua pele. Estava ainda mais magra e com os cabelos mais curtos.

— O que fizeram com você, Maraisa? – acaricio seu rosto, secando uma lágrima.

– Marília...– soluça. – Me tire daqui! – esconde seu rosto em meu peito.

Suspiro.

– Marília, Salazar estava lá dentro, mas eu não encontrei Carmen. – Gustavo se aproxima.

Meu porto seguro - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora