Culpa

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Resolvi voltar hoje meus amoresss

***
Marília

– Do que você está falando? – ele me olha com o cenho franzido. – Mas é claro que ela está morta!

– Não, não está! Eu a vi hoje!

– Não brinque com isso, Marília!

– Agora tudo faz sentido. – suspiro pesadamente, passando as mãos pelos cabelos. – Ela estava no mesmo prédio que eu procurava por Marta Blake.

– Não, Marília! Para, por favor! – ele se senta e vejo lágrimas em seus olhos verdes.

Almira não havia morrido. Eu tenho certeza que era ela. Eu reconheceria os mesmos olhos de Maraisa em qualquer lugar.

Sinto o ar fugir dos meus pulmões. Eu precisava encontrar Almira. Saio da casa de Cesar, ainda ouvindo seus protestos. Respiro fundo e entro no meu carro. Dessa vez nem Gustavo, Murilo ou Bruno me acompanhavam.

Pondo minha cabeça sobre o volante e sinto as lágrimas inundarem meus olhos. Eu quero minha garota! Minha
Maris.

– Me desculpa, Maraisa! Por favor! – soluço.

Limpo as lágrimas e dou partida no carro.

***

Estaciono em frente ao prédio de Maraisa. Eu precisava encontrar algo. Talvez os investigadores tivessem deixado passar algum detalhe. Paro de respirar quando vejo aquela mulher. Almira!

Ela estava parada frente ao prédio de Maraisa. Segurava com força uma bolsa de lado e parecia travar uma batalha dentro de si, decidindo se entrava ou não no prédio. Ela olhava para a entrada e mexia constantemente as mãos, em sinal de nervosismo.

Saio do carro as pressas, sentindo meus olhos arderem.

– Ei, você! – ela me olha assustada. – Ei! – grito quando a vejo se afastar.

Corro até ela e a seguro pelo braço.

– O que faz aqui, Almira? – digo seu nome devagar.

– O-o quê? – ela fica pálida. – E-eu não me chamo, Almira! – tenta se soltar do meu aperto. – Eu me chamo, Tristha!

– Não! Você está mentindo!

– Não estou! – grita.

– O que sabe sobre Carla Maraisa? – ela arregala os olhos.

– Eu...

– Fale a verdade!

– Eu... – ela se solta do meu aperto e coloca as mãos sobre o rosto, chorando dolorosamente. – V-você a conhece?

– Sim. – passo as mãos pelos cabelos. – Ela é minha namorada.

Ela soluça.

– Me desculpe! – chora baixinho. – Eu preciso falar com ela. Ela corre perigo!

Suspiro e sinto o nó se formar em minha garganta.

– Precisa vir comigo.

– E-eu não posso! – dá um passo para trás.

– Você deve vir! Maraisa... Ela...

– O que houve? – sua respiração acelera.

– Melhor conversamos em outro lugar. – olho para os lados.

Ela assente desconfiada e me acompanha até o carro.

A todo momento almira mexia nas mãos nervosamente. Ela estava suando e a respiração estava acelerada. Estaciono em frente a casa dos pereiras e ela me olha confusa.

– Por que me trouxe aqui? – a encaro.

– Você vai ver. – digo saindo do carro e abrindo seu lado da porta. – Melhor se preparar.

Percebo quando a mesma engole em seco. Depois de passar pelos seguranças, adentro a grande sala da casa.

– Marília? Você... – Marco para de falar quando nota Almira ao meu lado.

Seus olhos se arregalam e o mesmo perde a cor do rosto. Ele perde as forças das pernas e se senta no sofá.

– O-o q-quê?

Almira aperta meu braço com força e percebo que lágrimas escorrem livremente pelo seu rosto.

– N-não pode ser! – Marco cesar passa as mãos pelos cabelos e se levanta, andando de um lado para o outro. – Eu não entendo! Você devia estar morta! – ele grita e vejo lágrimas descerem pelo seu rosto cansado.

– Cesar... – tento falar.

– E-eu... Você a abandonou! – ele aponta o dedo em direção à Almira, que se encolhe e soluça.

– E-eu não fiz isso... – ela diz baixo.

– Não? – ele ri ironicamente e pude ver a dor em suas palavras. – Você simplesmente abandonou sua filha de 5 anos. Eu não me arrependo de ter cuidado da minha filha, mas ela tinha o direito de ter uma mãe. E você mentiu. Simplesmente desapareceu, forjando sua morte! – grita.

– Não, eu não...

– Para! – ele passa as mãos pelo rosto. – Você sabia o quanto era apaixonado por você! – diz e sai dali, seguindo em direção ao seu escritório.

– Cesar! – grito, mas é em vão.

Suspiro.

– Você não devia ter me trazido aqui. – diz enfurecida

– Sente-se! – digo e ela se senta.

– O que houve com minha... – ela hesita por um momento. – Filha?

– Maraisa foi sequestrada! – digo por fim e ela põe as mãos sobre a boca, derramando mais lágrimas.

– É tudo minha culpa! – choraminga.

– Como assim? – franzo o cenho.

– Eu... – ela interrompida pela voz de cesar.

– Mendonça, na minha sala! – diz.

– Certo! Espere aqui! – digo a Almira e o acompanho.

Entramos em seu escritório. Ele passa as mãos pelos cabelos e me encara.

– Me diz que isso não passa de um maldito sonho! – ele ordena.

– Cesar...

– Eu a amei, Marília! – ele chora. – Eu ainda... A amo!

– Você...

– Eu sempre fui apaixonado por ela, éramos casados, mas aconteceram coisas nada boas. – suspira. – Eu não entendo! Não entendo o porquê de ter desaparecido! Eu mesmo recebi seu atestado de óbito!

– Cesar, creio que temos muito o que descobrir! – digo e ele assente, se jogando em sua poltrona, massageando suas têmporas.

Somos interrompidos por batidas suaves na porta. Cesar grita e Almira entra na sala.

– Eu não... – Cesar começa, mas Almira o interrompe.

– Por favor, para! – levanta a mão. – Tenho que contar a verdade à vocês!

– O que tem a nos dizer? – ele diz a encarando desafiadoramente.

– Tudo! – suspira. – Só espero que acreditem em mim!

****

Espero vocês no próximo
capítulo, com as revelações.

Meu porto seguro - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora