Eu não quero parar

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APROVEITEM A MUSICA MORESSS
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•Maraisa

- Maraisa! Eu tenho que acompanhá-la! - Gustavo reclama pela quinta vez, me seguindo.

- Eu já disse que não precisa, Gustavo! - digo e chamo um táxi.- Sei que não pode me vigiar o tempo todo!

Marília estava, mais uma vez atrasada e não atendia a droga do celular. Ela havia trocado de turno com Gustavo, ou seja, faria minha segurança à noite. Gustavo tinha que ir embora, afinal, sua vida não é só o trabalho.

- Maraisa! - Gustavo protesta quando entro no táxi.

- Não se preocupe! - grito da janela, enquanto o táxi se afasta. - Eu vou ligar para a Marília!

- Maraisa! - protesta mais uma vez.

- Até mais, Gustavo! - grito e o táxi acelera.

***

- Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens... - reviro os olhos.

Já era a milésima vez que eu tentava ligar para Marília e como o esperado, ela não atendia nenhuma das minhas ligações. Já fazia em média duas hora que eu havia saído do orfanato, então, resolvi comer um cachorro quente em uma pequena lanchonete não muito longe dali. Mas eu havia perdido a noção do tempo, por estar tão entretida em um dos livros do Stephen King.

Saí de lá as pressas e voltei ao orfanato, mas todas as luzes estavam apagadas e portas fechadas pelo horário. Por "sorte" minha, não havia nenhum ponto de ônibus ou táxi por ali, nem mesmo perto da lanchonete. Ou seja, eu teria que procurar por algum.

Respiro fundo e olho o celular. Ótimo! A bateria estava fraca, pra variar. Suspiro e tento ligar para Marília uma última vez. Disco seu número e mais uma vez cai na caixa de mensagem. Bufo.

Ando apressadamente pelas ruas e finalmente, depois de alguns minutos, encontro um ponto de ônibus. Respiro fundo e aperto ainda mais a jaqueta contra meu corpo.

A rua estava totalmente vazia e escura. Como o movimento pelo visto não era muito grande, a espera por um ônibus seria longa.

Depois de alguns minutos vejo um carro se aproximar. Engulo em seco. Ele estaciona e dois homens saem do mesmo.

- E aí, gata! - um deles diz, passando as mãos pelos cabelos castanhos. - Sabia que ficar numa rua dessas é muito perigoso? - eles se aproximam.

- Eu sei! - digo tentando parecer firme. - Estou esperando um ônibus.

- Podemos te dar carona. - o outro, de cabelos loiros e olhos esverdeados profundos, diz.

- Não, obrigada! - tento sorrir.

Os dois homens se entreolham.

- Está com medo? - os dois se aproximam.

Dou alguns passos para trás e sinto minhas costas colidirem contra a parede fria.

- N-não! - respondo.

Eles riem.

- Não é o que parece! - um segura meu braço.

- O que vocês querem? - pergunto sentindo as lágrimas se formarem em meus olhos.

- Só... Brincar! - o outro acaricia meu rosto e eu tento recuar.

- Me deixem em paz! - digo num fio de voz. - Por favor!

Meu porto seguro - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora