Desculpas

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Marilia

Já fazia algumas semanas que eu e Maraisa estávamos juntas. Tem sido os melhores dias da minha vida. Ela tem os tornado melhor. A cada dia me apaixono ainda mais por ela. Tanto pelo seu lado dócil, quanto pelo seu lado impertinente.

Sorrio e acaricio os cabelos de Maraisa.

- Por que está sorrindo?

- Estou pensando em uma certa garota que está me deixando assim... Uma idiota apaixonada.

Ela levanta sua cabeça do meu colo e beija meus lábios levemente.

- Não a culpe! - ela resmunga rindo. - Você já é uma idiota!

- Ei! - ela ri e se levanta, mas eu a impeço a puxando para meus braços.

Beijo seus lábios com calma e aperto seu corpo contra o meu. Era tão bom ter Maraisa comigo.

Somos interrompidas por batidas na porta.

- Gustavo! - resmungo.

- Vamos, temos que ir para a faculdade! - ela ri e se levanta do meu colo.

Bufo.

- Você bem que podia faltar hoje.

- Tentador, senhorita Mendonça, mas eu realmente tenho que ir. - ela ri debochada e eu reviro os olhos, deixando um pequeno sorriso nascer em meus lábios.

Saímos do apartamento.

- Oi, Gustavo! - Maraisa sorri.

- Oi, Maraisa! - ele retribui o sorriso.

Reviro os olhos. Eu realmente não gostava nem um pouco dos flertes mal investidos de Gustavo.

- Marília! - ele acena com a cabeça.

- Oi, Gustavo! - imito a voz de Maraisa e Gustavo ri.

Andamos em direção ao elevador.

- Maraisa... - Gustavo pigarreia. - Como... Como está sua amiguinha Lauana? - pergunta.

Maraisa dá uma risadinha baixa.

- Ela ainda te odeia! - Gustavo estala a língua.

- Ela que é uma garota mimada e irredutível! - resmunga emburrado.

- Não se preocupe! - Maraisa dá leves batidinhas em seu ombro.

- Perdi alguma coisa? - digo totalmente alheia ao assunto.

Os dois riem.

- Não é nada, Mendonça! - Gustavo diz e lança uma piscadela para Maraisa.

Chegando do lado de fora, fomos para nossos respectivos carros. Gustavo, como de costume, a levaria para faculdade. Maraisa entra no carro e aproveito a deixa para falar com Gustavo.

- Tome conta dela, entendeu? - o advirto.

Ele solta uma risadinha.

- Não se preocupe, Mendonça! Cuidarei bem da sua garota. - diz e segue para o carro.

Suspiro aliviada e vou para meu carro, logo dando partida no mesmo.

***

Estaciono o carro em frente a faculdade e espero por Maraisa. Consegui, com muito custo, que Gustavo me deixasse ficar com ela mais cedo.

Olho no relógio e volto meu olhar para os grandes portões da uiniversidade. Franzo o cenho ao vê-la acompanhada. Muito bem acompanhada.

Saio do carro e ando apressadamente até eles. Danilo finalmente me nota e me olha receoso, fazendo com que Maraisa me notasse também. Ela franze o cenho.

- Marília? - ela se aproxima. - O que faz aqui?

- Vim te buscar. - continuo a encarar Danilo, que parecia bem desconfortável com minha presença.

- Bom, Maraisa... Eu... - ele pigarreia, aparentemente nervoso. - Foi bom conversar com você. - ele acena com a cabeça para mim e sai dali.

O vejo desaparecer entre as pessoas e respiro fundo.

- Marília? - Maraisa chama minha atenção. - O que aconteceu? Você está bem?

- O que ele estava fazendo? - finalmente a encaro.

- Estávamos conversando. - ela dá de ombros.

Rio sem humor.

- Ele não vai se cansar de investir? - pergunto ácida.

- Não seja idiota, Marília! - ela diz irritada.

- Sim, eu sou uma completa idiota! - debocho.

- Marília, o que acha que eu sou? - ela pergunta aparentemente ofendida. - Você é uma babaca! - diz e arruma a alça de sua bolsa no ombro, caminhando rapidamente até o carro.

- Maraisa! - a chamo.

Ela entra no carro e eu não consigo nenhuma resposta. Entro no carro e respiro fundo.

- Maraisa...

- Vamos embora, Marília! - diz e coloca o cinto.

- Me desculpa, tá legal? - peço. - Sabe que eu não gosto nem um pouco desse desgraçado!

- Isso não importa. - ela finalmente me encara. - Devia confiar em mim! - volta a olhar para a janela.

Suspiro e coloco o carro em movimento.

Maraisa estava certa. Mesmo não tendo nenhum tipo de afinidade com Danilo, eu não tinha o direito de desconfiar dela. Fizemos todo o trajeto em silêncio, como o esperado. Logo estávamos dentro do seu apartamento.

- Eu quero descansar, Marília! - diz sem me olhar e tira os sapatos, os jogando pelo tapete.

- Maraisa... - a puxo pelo pulso, fazendo-a ficar frente a frente. - Me desculpa, Maris! - murmura. - Eu só... - balanço a cabeça negativamente. - Eu esava com ciúmes, tudo bem? Eu odeio ele! E só de pensar nas coisas que ele já fez a você, eu... Eu...

- Marília... - ela segura meu rosto com as duas mãos. - Confie em mim! Ele veio apenas se desculpar pelo que havia acontecido. Ele vai se mudar daqui. Vai para a Espanha. Ele disse que não queria mais se sentir culpado e que mesmo tendo feito aquelas coisas, ele disse que gosta muito de mim. - fecho os olhos com força. - Ele disse que vai tentar mudar. Se tornar um homem. Amadurecer.

- Me desculpa! - digo e colo nossas testas, sentindo minha respiração acelerada.

Ela acaricia meu maxilar e eu respiro fundo. Como era possível me apaixonar ainda mais por ela?

Paixão? Não era a palavra que eu podia descrever o que sentia por ela. Era algo maior. Muito maior.

- Maraisa... - tento dizer, mas sou interrompida pelo meu celular. - Desculpa! - digo e ela sorri, dando um beijo casto em meus lábios.

Ela se afasta de mim e vai para quarto, lançando uma piscadela provocativa. Sorrio e balanço a cabeça negativamente, vendo o nome de Murilo piscar na tela.

***
Se preparem para os próximos
capítulos, tem muita novela
mexicana pra rolar rs, até amanhã hehehe

Meu porto seguro - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora