Saudades minha?

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Maraisa

Acordo com o som estridente do meu despertador. Resmungo, afundando meu rosto no travesseiro. Eu não era muito fã de manhãs, bom, acho que ninguém é.

Levanto e vou direto para o banheiro. Depois disso, me arrumo rapidamente e saio do quarto, carregando minha bolsa e celular.

Ouço leves batidas na porta e reviro os olhos. Marília. Eu precisava me acostumar com o fato de que agora eu teria seguranças e que eu delas era uma completa idiota.

Abro a porta e arqueio a sobrancelha.

- Bom dia, senhorita maraisa! - um homem sorri e eu retribuo.

- Bom dia! Você deve ser o Gustavo... - ele assente. - E por favor, me chame só de Maraisa. - ele sorri.

- Onde está Marília?

- Bom, ela...

- Já sentindo minha falta, senhorita maraisa? - ouço a voz de Marília e reviro os olhos.

- Modo "aturar" ligado! - resmungo e Gustavo ri.

- Pode ir, Gustavo. Eu cuido da donzela indefesa agora. - bufo, lhe lançando o dedo do meio.

- Que boca suja!.

- Até mais! - Gustavo se despede e entra no elevador.

- Saudades minhas? - Marília me lança um sorriso debochado.

Mostro o dedo do meio novamente e entro no apartamento.

- Que coisa feia, Maraisa! - estala a língua, balançando a cabeça negativamente.

- Quem te deu autorização para entrar mesmo? - arqueio a sobrancelha ao vê-la parada na soleira da porta da cozinha.

Ela dá de ombros e sorri. Olho no relógio.

- Vamos? - pego minha bolsa.

- Á suas ordens, Maraisa! - faz sinal de reverência.

- Anda logo!

***

- Me diz que aquela é a sua nova segurança? - diz Lau.

Olho pra trás e vejo Marília nos lançar um sorriso.

- É! - dou de ombros.

- Uma mulher que interessante... - diz ela e finalmente entramos na faculdade. - Eu daria tudo para ter uma daquela mulher me acompanhando. - ela ri com suas palavras.

- Desde nunca. Eu sou 100% hétero. Mas ela ê muita bonita para meu gosto.

- Não que isso seja bom. Ela é uma completa idiota! - me acomodo em uma das cadeiras ao entrarmos na sala.

- Amiga, olha... - ela se senta ao meu lado e coloca uma mão sobre meu ombro, suspirando dramaticamente. - Quando se tem uma segurança daquela, não importa se ela é uma idiota ou não.

- Você é maluca! - rio.

- Eu sei! - manda um beijo no ar e ri.

***

- O que tanto olha nesse celular, mulher? - Lau resmunga, pegando o mesmo da minha mão.

- Não tenho nenhuma notícia do Danilo. - ela revira os olhos.

- Desencana desse cara! Se ele se importasse com você, o quanto se importa com ele, ele te mandaria ao menos uma mensagem.

Dou de ombros e vejo Marília parada na porta do refeitório comendo uma maçã. Reviro os olhos. Até aqui essa idiota ficaria na minha cola?

- Já volto! - digo a lau e me levanto.

Ela sorri maliciosa e eu reviro os olhos.

- Vai me seguir até aqui dentro? - digo quando paro à sua frente.

- Ordens do seu pai! Ele conversou com o diretor. Tenho a total permissão de estar aqui. - dá de ombros e morde mais um pedação da sua maçã.

Balanço levemente a cabeça e olho em seus olhos. Ela arqueia a sobrancelha e sorri de canto.

- Idiota! - digo e ela ri.

Saio dali o mais rápido possível e volto a mesa do refeitório.

- Safada! - Lauana ri e bate em meu braço.

- O quê?

- Dando em cima da sua querida segurança, que feio! - ri.

- Cala a boca! Eu sou hétero. - ela ri.

***

Me jogo no sofá assim que fecho a porta do apartamento, antes me despedindo de Marília, o qual me irritara durante todo o caminho.

Suspiro e me levanto, indo para o banheiro.

A água quente cai sobre meu corpo, relaxando cada músculo. Depois do banho, visto uma blusa confortável e um short.

Me jogo no tapete felpudo da sala, com alguns livros da faculdade em mãos.

Ouço batidas na porta e me levanto ainda concentrada em um livro.

Abro a porta e finalmente olho para frente. Marília me olha da cabeça aos pés e se mexe desconfortavelmente. Franzo o cenho quando noto um buquê de rosas em suas mãos.

- Marília? - chamo sua atenção e ela desvia o olhar das minhas pernas.

- Mandaram te entregar. - ela estende as flores e com elas um cartão.

Sorrio.

Danilo.

Abro o cartão.

"Boa tarde, minha gata! Tenho péssimas notícias. Não poderei te fazer companhia no seu aniversário. Aconteceram imprevistos. Mas prometo comprar um bom presente pra você. Sabe que eu te amo, não é? Me desculpe! Danilo."

- Está tudo bem? - Marília pergunta.

- Sim! - sorrio fraco. - Está tudo bem! - suspiro. - Bom, obrigada! - ela assente ainda contrariado e volta ao seu posto.

Fecho a porta e me jogo no sofá.

Eu não podia negar. Odiava passar o meu aniversário sozinha. Nessa data, Carmen e Maiara sempre arrumavam um empecilho para que meu pai não passasse meu aniversário comigo.

Danilo e lauana eram os únicos que se lembravam e ficavam comigo. Mas dessa vez, Lau iria viajar com os pais e Danilo estaria ocupado.

Bom, era melhor eu acostumar.

Suspiro e volto minha atenção aos meus livros.

***

Meu celular toca e eu vejo o nome de lauana piscando na tela.

- Oi, Lau!

- Oi, minha gata! - lauana diz divertida e eu rio. - Como você está?

- Bem.

- O que foi?

- Como assim? - solto uma risada fraca. - Eu estou bem. - ela bufa.

- Querida, eu sou sua melhor amiga. Eu conheço você.

Suspiro.

- Danilo não vai poder ficar comigo no meu aniversário.

- Ele só pode estar de brincadeira! - resmunga. - Já sei o que fazer. Eu vou cancelar a viagem.

- Não, não! Nem pense nisso!

- Mas, Isa... - a interrompo.

- Não, lauana! Eu vou ficar bem! Aliás, sei que planejou essa viagem durante esses dois meses.

- Mara...

- lau!

- Ok! - ela bufa. - Bom, e a sua segurança gata? Ela pode te fazer companhia. - diz num tom malicioso, me fazendo rir.

- Pelo amor de Deus, lauana! - ela ri.

Ficamos mais algum tempo conversando, até ela desligar.

****
Lauana representando o fandom malila kkkkkk

Meu porto seguro - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora