Eu te imaginei com outras garotas apaixonadas
Aí vomitei na rua
hits different; taylor swift***
O sabor picante queimou como brasa na ponta da língua, enquanto Mabel releu pela décima vez o último parágrafo do artigo.
O burburinho de vozes baixas invadiu seus ouvidos gradativamente, à medida em que Mabel levantou os olhos e eles capturaram mesas enfileiradas e de uma distância considerável. Ela se remexeu no banco, enquanto continuou a escrever o artigo de uma de suas aulas. Ou pelo menos, tento. É o que Mabel pensou quando inclinou seu corpo para trás, apoiando suas costas contra a cadeira e esticando os braços para se espreguiçar.
O relógio redondo preso na parede arrasta os ponteiros de forma preguiçosa.
Mabel se sente cansada. Um tipo de exaustão estranha que vem das raízes dos ossos e do fundo da mente. Além da sensação de que estava uma bagunça desde aquela sexta-feira.
O sussurro de uma melodia distante vem do rádio de aparência velha e surrada, em cima do balcão da lojinha de conveniência ao lado da faculdade.
Mabel mirou o lámen picante, meio aberto e de embalagem vermelha. Ela levou mais uma porção até a boca, ao mesmo tempo em que seu celular vibrou na mesa.
Dois números informam a data e brilham na tela do telefone, sua mente trapaceira fazendo questão de lembrá-la mais uma vez que hoje faz uma semana desde que ela terminou com Adam. Uma semana que ela também não o via.
Mabel se perguntou se ele notou que ela estava o evitando, mesmo que ele não tenha nem sequer uma vez a procurado.
De qualquer forma.
Mabel balançou a cabeça numa tentativa de se livrar de qualquer pensamento direcionado a Adam. Ela não achava que ficar pensando nele ajudaria a se livrar daquela sensação de abandono que sentia, por isso, voltou sua atenção para o livro e o caderno aberto. E se sentia exausta, mesmo que ainda fosse meio-dia.
Uma vez, disseram-lhe que ela era uma pessoa controladora, centrada em seus objetivos e competitiva. Mabel admitia: ela era mesmo. E os últimos dois dias intensos que se passaram foram a prova concreta disso. Desde terça-feira, quando teve aquela discussão com Oliver, depositou todo o seu tempo estudando para as provas e adiantando trabalhos. Ela não perderia para ele outra vez.
A fita de cetim azul que prendia as mechas frontais do seu cabelo impediam que os cachos loiros caiam quando Mabel inclinou ainda mais a cabeça e apagou o que escreveu antes de recomeçar outra vez. Apaga e recomeça. Apaga e recomeça. De novo e de novo.
Mabel escutou um resmungo baixo e virou levemente a cabeça para olhar de onde vinha, encontrando uma garota com a cabeça levemente abaixada com a mão apoiada na cabeça e um caderno aberto. Sua franja caia pela testa e roçava seus olhos.
Era comum que a maioria dos universitários estudasse e encontrasse os amigos ali.
O som baixo do ruído de uma cadeira sendo arrastada chamou-lhe a atenção, e ela levantou os olhos, só para assistir Oliver se sentar na cadeira à sua frente.
Mabel juntou as sobrancelhas, confusão genuína se alastrando pelas suas feições enquanto ela se perguntava o que ele estava fazendo. O loiro colocou a mochila preta cheia de chaveiros que faziam barulho com o movimento em cima da mesa, sem dizer uma palavra.
Os olhos de Mabel deslizam sobre seu perfil e analisam suas roupas. Desde sua camiseta branca, calças jeans azuis e fios loiros que se resumem a uma bagunça selvagem. Aros prateados que adornam a cartilagem da sua orelha, dessa vez, menores e em uma quantidade maior do que a última vez que ela o viu. Ele parecia descontraído, como sempre, enquanto aquele ar familiar de perigo estava sobre ele e sua presença esmagadora.
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Entre competições e acordes de guitarra
RomanceMabel Campbell, a garota mais inteligente de toda a faculdade - de acordo com a lista dos cem melhores do ano - possui uma pedra no sapato. Ele se chama Oliver Cooper, o garoto de argolas pratas, sardas no rosto e um inconfundível ego. O maldito lo...