23

59 8 0
                                    


Apartamento 777 – Capítulo 23 –

— Como ela está, senhora Bang? — pergunto, passando as mãos pelos cabelos, nervoso.

— Eu sou a pior mãe do mundo... Como... Meu Deus, como eu nunca percebi? Eu nunca... — Ela cobre o rosto com as mãos, chorando desesperadamente. — Se não tivéssemos voltado, teria acontecido o pior! Deus sabe o que ele poderia ter feito com a minha filhinha... Meu Deus, minha bebê... — Ela soluça e eu realmente não sei o que dizer.

(...)

Depois de dois dias sob efeito de remédios fortes, o médico finalmente suspendeu a medicação e Melinda despertou, agora mais calma. A senhora Bang está com ela no quarto. Eu, por outro lado, fui chamado novamente à delegacia para depor. Quase fui preso... Quando vi o tio da Melinda, tive vontade de esquartejá-lo.

Agora, sentado em um banco em frente ao quarto de Melinda, ouço o choro delas. Estou ali há um bom tempo, pensando em tudo.

Melinda sempre demonstrou ser uma garota feliz, como se nunca tivesse passado por nenhum problema. Ela soube esconder muito bem toda essa dor. Quantas pessoas passam, ou já passaram, por isso? Melinda é forte... Forte por suportar tudo calada e, mesmo assim, manter um sorriso tão lindo. Eu sinto orgulho dela.

Seguro a pequena caixinha de veludo que está no bolso do meu casaco, decidido. Na verdade, já havia pensado nisso há algum tempo e, depois de conversar com a senhora Bang, recebi total apoio.

Quero Melinda comigo.

Quero acordar todos os dias ao lado dela. Quero chegar em casa e dizer "Amor, cheguei!" e encher ela de beijos e abraços. Quero que ela seja minha mulher.

Estou tão nervoso que minhas pernas balançam sem parar e minhas mãos suam. Me levanto, caminho até o filtro de água e bebo um copo... dois copos... três... Quando percebo, já estou no sexto. Jogo o copo no lixo e vejo a senhora Bang saindo do quarto, enxugando as lágrimas, mas com um leve sorriso no rosto. Me aproximo.

— Como ela está hoje?

— Está bem, graças a Deus. Brigou comigo porque chorei, até me fez rir. — Ela sorri, e eu também.

— Então... eu posso vê-la?

— Espere mais um pouquinho. Ela disse que quer se arrumar, porque não quer que você a veja com cara de doente. — Rimos juntos.

— A Mel é linda de qualquer jeito. — respondo, sincero.

Quando ela se despede para ir até em casa buscar algumas roupas para Melinda, eu abro a porta do quarto e entro. Fecho a porta atrás de mim e a vejo tentando ajeitar o cabelo.

— Não olha pra mim, estou péssima! — ela reclama, meio envergonhada.

Me aproximo sorrindo.

— Você é perfeita. Não há como ficar feia, nem se você tentasse. Você é a mulher mais linda que já vi. — digo, olhando-a apaixonado.

— Você está romântico hoje... — ela comenta, tímida.

Me sento na poltrona ao lado da cama.

— Você não gosta?

— Gosto... só é diferente. — responde, sorrindo.

Me levanto e beijo o topo da sua cabeça.

— E quando podemos voltar pra casa?

— O médico disse que terei alta amanhã. — Ela mostra o curativo no braço. — Levei seis pontos. Senti arder quando passei no arame, nem percebi que foi tão feio...

— Logo você estará novinha em folha. — acaricio seu rosto com carinho.

— Jin... obrigada. — nossos olhares se encontram.

— Obrigada por quê? Eu não fiz mais que o mínimo... Meu amor, vamos tentar esquecer tudo isso, ok? Vamos focar em coisas boas, criar momentos felizes. Eu só quero te ver sorrir.

(...)

Acabei não conseguindo pedir Melinda em casamento naquele momento. Nos perdemos em conversas, muitas risadas... Ela acabou adormecendo profundamente e eu fiquei apenas a admirando por um tempo, até a senhora Bang voltar.

No dia seguinte, ela teve alta. Ficamos mais alguns dias na fazenda, pois Melinda precisou depor na delegacia contra o tio — que, descobrimos, foi abusado e morto na cela. Eu dei risada disso tudo. Foi pouco pra ele.

Agora estamos deitados na cama do apartamento dela, ouvindo Justin Timberlake em um volume baixo, respeitando os vizinhos.

— Hwasa me abraçou tão forte que achei que iria romper meus pontos! — Melinda diz, rindo. — Agora temos um Bonsai! Eu amei o presente do Namjoon... A gente podia viajar para o Japão, o que você acha?

— Acho uma ótima ideia, anjo. Tudo que você quiser. — Pego sua mão e a beijo.

— Você está tão carinhoso... Você sempre foi, mas agora está ainda mais. — Ela acaricia meu rosto.

— A cada dia que passa, eu te amo mais. — confesso.

— Eu também te amo, Jin. Você não imagina o quanto. — Ela repousa a cabeça no meu peito, me olhando.

Me aproximo e a beijo com carinho, pedindo passagem com a língua, que ela cede sem hesitar. Num movimento rápido, Melinda sobe no meu colo, continuando o beijo. Sinto o corpo dela contra o meu, me deixando excitado.

— Melinda... — gemo. — Você ainda está se recuperando.

— Não dói lá embaixo. — ela diz, divertida.

Acabo rindo.

— Espera... — Paramos o beijo. Me levanto, a deixando sentada no meu colo.

— O que foi?

— Eu te amo! — ela me abraça forte. — Meu Deus, como eu te amo! E pensar que, outro dia, eu desejava que você fosse atropelado por um caminhão ou raspassem seu cabelo deixando você careca...

— Espera... Você desejava isso pra mim?! — A afasto, fingindo indignação.

— Mas hoje eu te amo, e não consigo mais me imaginar sem você. — responde, rindo, e eu não resisto: sorrio também e a beijo.

Desfaço o laço do ombro da camisola dela, deixando o tecido escorregar até sua cintura. A deito com cuidado na cama e beijo seu pescoço, seus seios, sua barriga, descendo a camisola por completo, deixando-a apenas de calcinha.

Ela me olha com desejo, o peito arfando. Passo a mão por cima da calcinha, sentindo a umidade de sua excitação.

Ela geme baixinho, e eu sorrio, completamente apaixonado pela mulher que é, e pela vida que ainda vamos construir juntos.

---

Apartamento 777Onde histórias criam vida. Descubra agora