Parceiros por Acaso - [ YEONGYU/BEOMJUN]

Dia de DR

Peguem os seus lencinhos porque o capítulo de hoje tá bem triste :(

Beomgyu teve vontade de matar Kai ao ouvir todo o seu plano em um diálogo rápido entre um corredor e outro. Mas a pior parte foi saber que o seu parceiro sequer havia pedido a sua opinião antes de chamar Yeonjun para uma suposta reunião com toda a equipe da missão, mas na prática seria apenas uma forma de atrair a sua atenção para ele e Yeonjun terem uma conversa.

— Você sabe que a chance de dar tudo errado é enorme, não sabe? — O Choi passou a mão pelos cabelos de uma forma nervosa.

— Pare de ser tão pessimista, vai dar tudo certo. Essa é a sua chance! — Kai nem esperou por uma resposta antes de empurrá-lo para dentro de uma sala e trancar a porta em seguida.

— Onde estão os outros? — A voz familiar de Yeonjun fez todos os seus pelinhos se arrepiarem. Ele suspirou, tentando diminuir a tensão em seus ombros.

— Eles não virão.

O agente Yeonjun levantou da poltrona, erguendo o corpo e batendo as mãos contra a mesa de madeira como forma de expressar a sua indignação por ter sido tão ingênuo ao acreditar que Kai lhe chamaria para reunião de emergência assim sem mais nem menos.

— Foi tudo uma armação, não foi? — Ele perguntou em um tom de voz autoritário.

— Você não retornou as minhas chamadas, esse era o único jeito de conseguir conversar com você.

Yeonjun riu sem humor.

— Eu nunca atenderia as ligações de alguém que mentiu para mim.

Beomgyu lhe encarou incrédulo, como ele poderia saber que não fora verdadeiro ao falar que não sentiu nada quando foi beijado? Que nunca sentiu os seus pelos se arrepiarem com a sua presença?

— Além de agente eu sou perito em expressões faciais. Desde o seu primeiro sorriso para mim você foi verdadeiro, então por que preferiu mentir para si próprio aquele dia?

O agente Choi sentiu seu corpo congelar. A sua mente começou a reviver o dia em que chegou em casa e encontrou Haneul morto no tapete da sala, com uma marca de bala bem no meio da testa, os seus olhos automaticamente começaram a lacrimejar e uma dor devastadora se apossou de seu peito. Como poderia colocar em palavras o que estava sentindo naquele momento? Como narrar a cena mais traumatizante de sua vida? A sua garganta pareceu simplesmente ter se fechado no exato momento em que as memórias foram reproduzidas como um filme em sua própria cabeça.

Yeonjun não conseguiu se manter estável ao ver Beomgyu sofrendo com alguma lembrança ruim, a sensação de culpa por ser o causador daquilo lhe invadiu por todos os poros. Mas precisava se manter forte, afinal aquele mesmo agente que construiu um relacionamento com base em mentiras que também haviam o machucado.

E muito.

— Você gosta de usar essa máscara para fingir não sentir nada por ninguém, mas quem se esconde debaixo dela? Eu arrisquei a minha vida por você , tentei me abrir ao máximo e tudo que recebi foi um monte de mentiras.

— Quer que eu te mostre quem eu sou? É isso? A gente ainda tem jeito, só não se afaste, por favor.

Beomgyu tentou tocar as mãos do outro agente, mas Yeonjun se recusou a iniciar o contato, andando para longe. Ele se virou de costas, limpando brevemente as lágrimas antes de responder.

— Você não pode retirar o que disse, é tarde demais.

Em um gesto desesperado, o Beomgyu o prensou na parede e tomou seus lábios em um beijo afoito, querendo a todo custo fazer Yeonjun mudar de ideia sobre uma segunda chance. Não contava que ele fosse segurar os seus braços e afastar os corpos com brusquidão.