A reconciliação

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O capítulo de hoje é só pra quem não tem problema cardíaco e não vai infartar com o tanto de emoções que vocês vão sentir lendo!


Do outro lado da casa a explosão também foi sentida por Yeonjun que acabou sendo empurrado para o chão, levando o garoto em seus braços junto consigo. Os seus ouvidos de imediato começaram a zumbir e a sua visão ficou turva por alguns segundos. Ele precisou piscar várias vezes e acostumar os seus olhos à nuvem de poeira pairando pelo ar que era tão densa ao ponto de não conseguir enxergar nada a sua frente.

Yeonjun sentiu cada músculo do seu corpo dolorido por ter sido lançado em direção a uma parede. Sua garganta estava seca e irritada com toda aquela poeira e ele gastou um bom tempo tossindo de barriga para baixo, sustentando seu corpo precariamente com os braços. O cheiro de queimado trouxe a sua mente de volta à realidade, precisava sair logo dali.

Mas precisava encontrar seu parceiro antes.

– Beomgyu! – A poeira parecia ter baixado um pouco, mas ainda não conseguia enxergar direito e no desespero gritou o nome do outro agente várias vezes, sem obter nenhuma resposta.

Ele tropeçou em alguma coisa que não conseguia identificar e perdeu o equilíbrio, precisando apoiar o corpo em uma superfície rígida ao seu lado para não cair. Seus olhos se voltaram para o objeto em que havia tropeçado, ele até chegou a se abaixar para conseguir ver melhor e logo percebeu que não era apenas um, mas um par de botas, ou melhor, o par de botas de um certo agente do FBI.

Yeonjun foi tateando as pernas do agente e abanando a poeira com as mãos, até ter uma imagem por completo em sua frente, até ter certeza que a sua mente não estava o pregando nenhuma peça.

– Não, não, não. – Ele repetiu seguidas vezes ao ver a cabeça de Beomgyu apoiada em um pedaço de madeira com sangue escorrendo pela lateral do seu rosto. Yeonjun balançou o seu corpo em busca de uma resposta, mas não obteve nenhuma resposta. – Você não pode me deixar!

Sua visão ficou novamente borrada, mas dessa vez pelas lágrimas que se formavam. Aquele não poderia ser o fim, não é? Yeonjun já sabia que a ideia de apenas três homens tentarem fazer justiça com as próprias mãos ao elaborar um plano horrível de invasão era uma péssima ideia. Não precisava de nenhum pressentimento para chegar àquela conclusão, bastou pensar em tudo que poderia dar errado para saber que as chances de sucesso em resgatar Seokjin eram quase nulas.

Mas ele não conseguiu ficar em casa, apesar de estar totalmente puto com Beomgyu por suas mentiras, só poderia descansar em paz quando tivesse certeza que o outro agente estivesse seguro. Quando reconheceu o mesmo carro que os agentes do FBI haviam usado para ir até o depósito estacionado em frente a casa, acabou agindo por impulso e entrando.

Agora por causa do seu orgulho idiota, por ter abandonado Beomgyu em uma missão suicida por pura afirmação de ego que as coisas foram de mal a pior. Se ele tivesse dado ouvidos a Taehyun, talvez pudesse impedir aquela explosão ao arrombar a porta da frente, identificar o responsável por acender o fogão e eliminá-lo.

Infelizmente ele chegou tarde demais.

Havia deixado Beomgyu sozinho, nem sequer ouviu o que ele tinha para dizer antes do agente Kang chamar todos em sua sala. Perdeu a única oportunidade que lhe foi dada de poder consertar as coisas, a única chance de poder beijá-lo uma única vez e confessar tudo aquilo que estava preso em seu peito.

Yeonjun colocou a cabeça no peito do outro agente quando percebeu estar chorando como uma criança. Ele puxou o tecido da blusa entre os dedos, descontando o sentimento de culpa naquele aperto, queria tanto poder se desculpar pelas besteiras que havia falado por puro rancor, tudo que mais queria era uma segunda chance de poder se redimir pelas suas palavras duras.

Parceiros por Acaso - [ YEONGYU/BEOMJUN]Onde histórias criam vida. Descubra agora