Planos - parte 3

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É incrível como a mente do ser humano funciona, ela pode transformar alguns segundos em minutos ou até mesmo anos, tudo vai depender da velocidade dos seus pensamentos.

Nesse momento um segundo equivale a aproximadamente 3 minutos para mim.

Deve ter demorado 4 segundos para a bala entrar em ação mais nesse pouco tempo eu pensei em tanta coisa....

A primeira coisa que me veio a mente é o desejo de essa bala que acabei de disparar estivesse indo de encontro com a cabeça do meu Pai.

A segunda coisa que me veio a mente foi o remorso por matar essa criatura tão fofa.

Depois eu pensei em que eu não devo estar bem da cabeça porque eu nunca senti remorso por matar um animal, eu já participei de longos treinamentos na mata patrocinados pela comissão do tempo em que eu matava todo tipo de ser vivo. E quando eu digo todo tipo é todo tipo msm.

Não sei porque eu me sinto culpado por matar um simples coelho, algo muito esquisito tá acontecendo comigo.

Desde que eu entrei nessa linha do tempo eu tenho me sentido estranho, como se algo estivesse prestes a mudar.
O mais estranho é que isso é familiar pra mim, não sei explicar mais é bom.

Não curto mudanças, todas as mudanças que aconteceram na minha vida trouxe problemas pra minha família ou causaram o Apocalipse, então sempre é uma experiência meio traumática.

Mais isso seria algo bom pra mim?
Deveria deixar acontecer?

Quando eu volto a mim permito-me olhar pra frente, vejo o bichinho ensanguentado do outro lado do lago e penso em nunca mais matar uma criatura inocente, apenas em caso de estrema necessidade.

Entrei na água
Tá frio pra caralho, mais é por uma boa causa.

A S/N que vai ter que pagar o hospital se eu pegar uma hipotermia ou uma pneumonia ou qualquer "ia"que eu tiver.

Chego do outro lado e pego o cadáver pelas orelhas, acho que só esse corpo não vai ser o bastante.
Xingo todos os piores palavrões que eu posso imaginar.

Esse é um caso de extrema importância né?

Five: Vou te meter a porrada quando você tiver livre S/N - resmungo entre dentes

Resumindo:
• matei mais uns 400 pássaros com a minha arma (mentira foram só 7).
• me perdi na mata, mais consegui achar o lago.
• atravessei a água gelada de novo na esperança de só andar alguns metros e estar perto da cabana, mais não esperava que iria atravessar a água em um outro ponto (no alto da colina).

Agora eu estou aqui, com oito bichos mortos nos meus braços, a consciência pesada por ter matado eles, com muito frio, cansado e com a mente meio lenta por tanto pensar.

E é nessa tortura em que eu desço a colina ingrime indo em direção a cabana salvar a minha irmã.

Deposito os animais em frente a porta da cabana e ateio fogo neles.
Pego a cadeira que estava ali do lado para pôr em cima da "fogueira" fazendo com que a fumaça não suba totalmente e que ela possa entra debaixo da porta.

É bom deixar o velho desfrutar esse aroma horrível.

Vou para debaixo da janela e coloco o ouvido no chão para tentar ouvir os passos dele no alicerce de madeira.
E bem como eu esperava, o cretino vai em direção a porta e eu vou em direção aos fundos.

Uso os meus poderes para ir ao outro lado da porta, não me atrevo a ir direto para a sala e o velho escutar o barulho do teleporte.

Uma vez dentro da casa tudo fica mais fácil.

Dose DuplaOnde histórias criam vida. Descubra agora