Grindelwald e o Herdeiro do Caos

Vinte e quatro

- ... E devo vos dizer em mais um ano, que a floresta proibida recebeu esse nome por um motivo... – continuou o diretor.

Draco revirou os olhos, ele fazia muito isso ultimamente.

- Sempre a mesma baboseira. – Sussurrou para os amigos.

- Todo ano a mesma coisa, como se alguém respeitasse essas regras. – Blaise disse.

- Regras foram feitas para serem quebradas. – Concordou Pansy. – E diga isso para quem usa as árvores da floresta como quarto íntimo. – colocou a mão na frente da boca para rir discretamente.

- Ai, que nojo. – Draco disse com o canto do lábio levantado em desgosto.

- Você fala isso só porque não tem que dividir quarto com todo o sétimo ano. – Pansy o fulminou com os olhos. – É um verdadeiro inferno.

- Se por inferno você quer dizer orgia, sim, eu concordo. – Blaise fala, lhe lançando um olhar malicioso.

- Ser monitor chefe tem suas vantagens. – Esnobou o loiro, com seu queixo levantando, ignorando a última fala do amigo.

Seu distintivo brilhava reluzente em seu peito, mostrando sua amada superioridade para todos que quisesse olhar mais de uma vez.

Porém antes de conseguir ser mais egocêntrico do que era possível, notou a cadeira do outro lado da mesa vazia, lhe tirando o foco.

Ali não era onde o menino novo havia se sentado? Mas no momento em que pensou isso, as palavras foram levadas pelo vento, deixando apenas um vazio em seu cérebro e uma careta confusa em seu rosto, tentando se lembrar do que era.

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O vento batia forte em seu corpo, ameaçando o jogar lá de cima. Era quase difícil respirar, seus pulmões queimavam com o ar gélido e sua pele pinicava com toda essa exposição.

Entretanto, Hades reconheceu aquele lugar como seu preferido do castelo, mesmo sem ter visto nada.

A torre de astronomia era a mais alta do terreno, alcançando os céus como se pudesse o perfurar.

Ali em cima, sentado no parapeito, Hades se sentia o dono do mundo. Olhando de cima do Olimpo como um deus.

Sentia-se vivo, cercado pelas estrelas, constelações e o brilho magnífico do luar.

Um cigarro queimava por entre seus dedos, aquecendo de momento em momento seu pulmão maltratado.

Esse ano lhe prometia muita coisa, nem todas tão boas.

Ele não era bom em fazer amizade, nem em ser gentil, muito menos em conversas fiadas.

Afinal, por que ele estava ali?

Era uma pergunta que se passava constantemente em sua mente. Mas ele no fundo sabia a resposta.

Ele queria dar orgulho para seu padrinho, aquele que andou por esses mesmos corredores, brincou por esses mesmos terrenos, voou por essa mesma terra.

Sirius era a coisa mais importante para ele, e foi por muito tempo, mesmo depois de tê-lo perdido. Por isso estava fazendo o possível para deixar ele confortável com sua presença. Hades não queria ser um fardo.

Sentia que o homem achava que ele fosse quebrar a qualquer momento, por isso tentava agir o máximo que sua encenação lhe permitia.

Era claro que Hades só dormia de duas até três horas por noite, fumava três ou mais maços de cigarro mágico por dia, desaparecia constantemente e reaparecia horas depois como se nada tivesse acontecido, e nada no mundo poderia o localizar.