Apenas coincidência

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Haviam se passado 4 dias desde que foi anunciado o torneio, e nenhum detalhe a mais foi entregue para os alunos. Sempre que alguém perguntava, todos tinham as mesmas respostas prontas: logo vocês irão saber.

No segundo dia, finalmente as aulas haviam começado de verdade.

Draco estava tendo dificuldade em se concentrar, tendo Hades Peverell em sua sala.
Havia notado algumas coisas interessantes sobre ele, mesmo nos poucos dias que se passaram.

Primeiro, ele nunca se oferecia para responder nenhuma pergunta, mas sempre que citavam ele diretamente, a resposta estava pronta e perfeita, como uma enciclopédia.

Aquilo havia deixado Draco com inveja, nem ele tinha todas as repostas.

Com certeza ele está trapaceando.

A segunda coisa que notou, foi que ninguém nunca conseguia tocar nele. Sendo intencional ou não, era estranho.
Sempre que alguém se aproximava demais no corredor, ou os professores passavam para avaliar e tentar - sem sucesso - corrigir seus movimentos - perfeitos - ele sempre se esquivava graciosamente.

Não que Draco ficasse muito tempo olhando para ele, nada disso. Era apenas coincidência ele ver tudo.

Como a sua comida, que era diferente de todos as outras, ou o mais importante: que ele dormia em seu antigo quarto, em frente ao seu novo. Mesmo que ninguém nunca tivesse dito.

Draco nunca havia visto ele entrar ou sair, independente se ficasse vigiando a porta muito antes do horário de aula, ou muito mais tarde que o necessário.

Hades Peverell com certeza esconde cadáveres em seu quarto.

*

Um pigarrear foi ouvido no canto do quarto.

Hades, sabendo quem era, a única criatura que tinha permissão de passar por suas alas, continuou lendo seu livro, com Boris em seu outro braço.

— Senhor. — tentou mais uma vez, insistente. — Irá se atrasar.

Hades suspirou, torcendo os lábios em desgosto, mas largou o livro de romance em cima da cama. A capa era composta por dois homens sem camisa se abraçando.

Deixou seu cachorro de pelúcia em cima do travesseiro e finalmente se levantou.

— Na melhor parte. — Resmungou, tirando um sorriso contido do elfo. — Onde vou dessa vez? A carta diz?

Foi em direção da janela encantada, movendo o dedo indicador para lhe mostrar a imagem real do fundo do lado negro, e não a da sua estufa florida.

Alguns peixes passavam preguiçosamente para lá e para cá, sem nada com que se preocupar.

— O endereço da para a América do norte, não diz a localização exata que a chave de portal te deixará.

— Perfeito. Preciso de novos ares mesmo. Que horas são? — Sua última frase saiu abafada quando ele entrou no banheiro.

— São 23:45, senhor.

Alguns minutos depois, Hades saiu. Vestido completamente de preto, usava uma capa grossa por cima, que cobria sua cabeça e deixava seus olhos em baixo das sombras, brilhando como duas esmeraldas contidas com a maldição da morte. Só sua boca era nítida, e mesmo assim era irreconhecível.

Seu corpo estava envolto em sombras vivas, com tentáculos escorrendo pelo chão. Era a representação de sua magia, que nesse momento estava no estado de matéria e o circundava como um escudo impenetrável.

Grindelwald e o Herdeiro do Caos Onde histórias criam vida. Descubra agora