Por Danilo
"Como você faz para conseguir a guarda de uma criança?" Perguntei para Julian, um dos advogados do meu pai, o qual havia feito seu testamento. Eu estava em seu escritório sentado confortavelmente com as pernas dobradas em frente a um senhor grisalho de 70 anos, o qual apesar de tudo não se cansava de trabalhar."Danilo essas coisas não são fáceis, se eu fosse você optava pelo método tradicional, arranjava uma mulher e... Bem você já sabe, não é mais nenhuma criança" Ele me disse com os braços cruzados, como se explicasse para um pré escolar que 2 e 2 são 4.
"Certo" Disse "Mas eu fiz essa criança pelo método tradicional, eu só não fiquei com ela" Expliquei calmamente olhando fundo em seus olhos castanhos, ele me encarou interrogativo. Eu me vi explicando tudo a ele sem esconder nenhum detalhe.
"Podemos recorrer a essa decisão de Juliana" Ele disse analisando cada palavra que eu havia dito "Temos a justificativa que ela mandou uma carta para um endereço que você não vivia mais" Completou "Isso é simples de resolver, você só precisa do exame de DNA" Finalizou
"Eu ainda não fiz" Falei "Ainda estou em processo de convencer a tia de Maiara a fazer o exame nela, mas não está sendo fácil" Disse me recordando que Maraísa ainda não havia me telefonado ou me mandado uma mensagem apesar de ter passado a ela meus telefones para contato. Devo ter feito uma cara triste, já que Julian me olhou com pena.
"Por que não entra em um processo logo contra essa mulher? Assim você não terá que convencê-la, o juiz irá obrigar que ela faça o teste e, se a menina for sua filha você assume a guarda e, explica toda a situação. Podemos colocar a culpa na mãe da menina, a qual foi tão desmiolada ao ponto de mandar uma carta ao invés de simplesmente não te procurar em sua casa" Ele explicou "No início o juiz pode chiar, mas depois que eu molhar a mão dele veremos quem é o experto" Completou."Julian não quero que as coisas sejam feitas de forma suja, apenas quero honrar meu compromisso de pai. Eu errei ao fazer essa criança embriagado em um motel de beira de estrada, contudo quero assumir meu erro e dar uma boa educação a ela, contudo, não tenho coragem de molhar a mão de ninguém para conseguir o que eu quero" Disse sério.
"Poupe-me dos detalhes, Danilo Gentili" Falou "Eu te conheci quando você era um moleque que usava fraldas, te imaginar em um motel não é uma das cenas mais agradáveis" Completou "Quanto a molhar a mão, não se preocupe, eu faria isso e nós dois acertaríamos depois, você sabe que eu tenho uma dívida de gratidão muito grande com seu pai" Ele explicou. Eu sabia que ele tinha essa dívida desde que meu pai o salvara da morte após Julian sofrer um terrível acidente vascular encefálico."Entenda que esse é o trabalho do meu pai, ele opera os que precisam dele" Disse me referindo a dívida.
"Eu sei" Ele falou "Mas eu poderia ter perdido os movimentos das pernas, dos braços, a capacidade de falar e até mesmo ter morrido" Explicou "Sei pai me salvou Danilo, de todas essas complicações!" Finalizou e eu sorri, realmente meu pai era bom naquilo que fazia."Ok, Julian, mas eu não vou fazer isso que você está me pedindo, não consigo forçar Maraísa a fazer nada, ela que está com a guarda de Maiara e, eu realmente não quero pressiona-la, ela perdeu a irmã e, de certa forma isso me entristece. Eu sei o que é perder uma irmã" Falei cabisbaixo, lembrando de minha irmã Alexia, a qual morreu vítima de uma leucemia. Julian colocou a mão direita em meu ombro esquerdo e eu suspirei.
"Maraísa é a tia de Maiara?" Ele perguntou e eu assenti positivamente com a cabeça "E como é a relação de vocês? Vocês dois já chegaram a conversar sobre o passado?" Completou, eu ponderei sobre o que dizer a ele e, como explicar as coisas.
"É complicado" Disse "Trocamos palavras uma única vez no aniversário de Maiara, mas eu apenas entreguei a carta, não chegamos a conversar sobre o assunto abertamente" Expliquei
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Quebra cabeça do destino [DANISA]
FanfictionEla estava bem. Ninguém imaginava que ela iria partir daquela forma, contudo, a perda de Juliana foi mais do que Maraísa podia imaginar. Ela era sua irmã, sua melhor amiga, sua confidente nas horas vagas. Por que ela? Por que justo ela? A dor da per...