Quebra cabeça do destino [DANISA]

Narcisista Parte 1

Boa leitura e, para os cardíacos, pode pegar o desfibrilador ❤️ Nem só de amor vive essa história
Por Danilo

Eu sempre me considerei uma pessoa com muitos amigos, talvez por viajar muito e, por ter me mudado bastante ao longo dos anos. Contudo, eu não sei se conseguiria ser amigo de uma pessoa que eu nutria sentimentos. Não sei mas, Maraísa sempre seria, meu ponto fraco, aquela mulher que conseguia me desmontar apenas com o olhar. Por isso que, não foi supresa nenhuma para mim, acabar na cama com ela e, depois em uma floresta deserta colhendo uma margarida e, beijando ela no meio da chuva. Realmente não estava nos meus planos gostar de alguém dessa forma, eu que havia jurado me apegar apenas depois dos 30, não estava cumprindo minhas promessas.
Todavia, eu não tinha medo de amá-la, eu poderia me machucar, sofrer, me sentir um lixo depois, contudo, quando eu estava com ela, era como se eu estivesse anestesiado, como se realmente tê-la em meus braços, valesse mais apenas do que não tê-la.

E foi justamente por isso que eu aceitei essa maldita ideia de ser amigo dela.

O caminho de volta até o local aonde estávamos hospedados foi tranquilo, a chuva ainda caia, no entanto, eu não estava me importando muito com isso, afinal de contas, eu já estava completamente encharcado. Eu nunca havia beijado na chuva e, achava a maior breguice de todas, dizia isso desde a adolescência, entretanto, eu estava ali, pagando a minha língua, sentindo o sabor dos lábios de Maraísa ser misturado a água que caia do céu, como se de certa forma ela limpasse toda a negatividade que pairava entre nós.

Eu sentia que estávamos em uma nova fase, que agora as coisas tinham tudo para se ajeitar, ela estava com medo, mas minha amizade mostraria para ela que as coisas poderiam ser boas entre nós, eu faria ela perder todo o receio de se envolver comigo e, em pouco tempo estaríamos juntos, sem a necessidade de ficar agindo como se fôssemos amigos, então o teste daria positivo e, nós dois moraríamos juntos para criar Maiara. Sem a necessidade de brigas, apenas a paz e o amor entre a gente. Certo, eu acho que estava sendo otimista demais, porém, li em uma revista uma vez que tínhamos que jogar as coisas que queríamos que acontecessem para o universo conspirar a favor.

"Bem, acho que nos despedimos aqui" Ela falou quando estávamos em frente ao prédio, Maraísa estava encharcada e, espirava um pouco, seu nariz estava vermelho, contudo, ela parecia estranhamente bem. Um sorriso estava estampado em seu rosto e, eu percebia que suas feições estavam mais tranquilas. Isso é o efeito de dormir com Danilo Gentili, você relaxa e vira outra pessoa! Pensei enquanto a encarava.

"Foi ótima a nossa tarde!" Falei sorrindo também, confesso que fiquei sem jeito na hora da despedida, sei que havíamos jurado que seríamos amigos (coisa definida por ela), entretanto, eu queria dar um beijo em sua boca novamente. Clichê demais falar que meus lábios já sentiam falta dos dela? Ela também me olhava também envergonhada, sem saber muito bem como agir. Maraísa estendeu a mão, para que eu a apertasse, mas eu a peguei e puxei seu corpo contra o meu, fazendo com que os dois se encontrassem. Seu corpo estava gelado, sua cabeça se aconchegou em meu ombro, próximo a minha clavícula e, nós ficamos assim por alguns segundos até eu cair em si e me afastar um pouco. "Você vai pegar um resfriado se continuar aqui!" Falei. Ela ainda estava de certa forma há alguns passos de mim, tanto que eu sentia sua respiração quente em meu peito. Maraísa assentiu com a cabeça positivamente e começou a caminhar em direção a porta de entrada. Entretanto, após alguns passos, ela se virou para trás, me encarando. Ela negou com a cabeça umas três vezes antes de caminhar novamente até mim, respirar fundo e, me encarar (agora frente a frente).

"Desculpe, tinha me esquecido disso" Falou aproximando-se de mim. Oba, ela decidiu me beijar sem que eu pedisse! Isso que eu chamo de universo comparando ao meu favor! Meu coração pulsou de forma mais forte, todavia, eu tive uma enorme decepção quando ela foi até minha bochecha depositando um leve beijo ali. Tudo bem que ela demorou alguns segundos na região, como se quisesse sentir a textura dali. Eu ia puxa-lá para um beijo na boca, mas lembrei-me da nossa promessa.