A culpa é nossa- Parte II

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Por Maraísa

"Não sabia que você cozinhava!" Disse entrando na cozinha e dando de cara com um Danilo sem camisa, com os cabelos recém lavados e um cheiro delicioso de perfume masculino inundando o ambiente "Ontem pelo menos, você queimou o arroz! Então, acabei levando em consideração que você era uma negação quando se pensa em culinária!" Falei me aproximando dele. Todavia, há uma distância segura para não trair meus sentimentos e emoções.

Certo, agora, devido à uma ideia mirabolante do juiz, Danilo e eu dividiríamos a minha casa. Na verdade, nós dois podíamos dividir qualquer espaço, contanto que estivéssemos juntos e, eu havia proposto meu apartamento já que as coisas ali já estavam arrumadas e Maiara já tinha seu próprio espaço ali. Confesso que, achei que ele iria ir contra e dizer que preferia mil vezes que morássemos em seu apartamento, já que ele era mais próximo do seu emprego, além de ser na zona sul de Belo Horizonte, todavia, ele aceitou morar comigo e com Maiara numa boa.

Se eu queria isso? Obviamente que não, honestamente, seria bem difícil dividir o espaço com uma pessoa que eu nutria sentimentos, todavia, havia sido egoísta o bastante para pensar única e exclusivamente nela e ignorar minha proposta. No entanto, pensando bem, talvez essa não fosse a melhor proposta de todas, vai ver eu exagerei um pouco ( mas só um pouco) na minha ideia.

"Eu me levantei cedo, estava sem sono e..." Danilo parecia perdido em suas próprias palavras, como se estivesse escolhendo o que iria dizer, a fim de não me magoar. Não que eu já não estivesse magoada, afinal de contas, ele achou prudente dizer na cara do juiz que eu era uma mulher egoísta, que pensava única e exclusivamente em mim mesma. "E decidi que seria legal fazer um café da manhã legal para a gente" Completou, eu fui obrigada a sorrir, seus olhos estavam um pouco inchados, provavelmente por ele ter acabado de acordar.

Ele virou algumas panquecas na frigideira, depois as colocou em um prato branco, enquanto eu o observava em silêncio, contemplando aquilo, quase como se fosse uma peça de teatro que era exibida na minha frente. Danilo pareceu perceber que eu o encarava e sorriu, provavelmente sem graça. Ok, eu deveria parar de olhá-lo, mas aquilo estava sendo mais forte do que eu e, honestamente, eu nunca pensei que fosse contemplar tanto uma cena quanto aquela.

"Você precisa de ajuda?" Perguntei, ele me olhou.

"Não, as panquecas já estão prontas e, os ovos mexidos também, fiz um suco de laranja e um café preto, na verdade, só falta sentar na mesa para comer mesmo!" Explicou e eu sorri. Talvez eu devesse ser sincera e dizer a ele que eu não tinha costume de comer tudo aquilo no café da manhã, que minha alimentação era regrada e que normalmente eu gostava de fazer um cardio na academia do prédio em jejum, entretanto, a atitude dele fora tão inesperada e ao mesmo tempo fofa que eu não conseguia falar nada, só sorrir.

"Bem, então, acho que vou arrumar a mesa!" Falei pegando a toalha na gaveta e os pratos nos armários. Ele voltou a se concentrar em terminar as panquecas. Eu já estava indo em direção a sala para arrumar tudo, quando ele me chamou.

"Maraísa?!" Eu me virei de forma automática para ele, esperando o que quer que fosse que ele iria dizer "Eu tentei usar a torradeira hoje, mas ela está quebrada, pensei em ir comprar uma nova!" Completou e eu assenti positivamente com a cabeça.

"Tudo bem!" Falei sorrindo e me virando para arrumar a mesa da sala. Na verdade, já estava nos meus planos ir comprar uma torradeira nova, desde que a velha havia parado de funcionar há alguns meses atrás, todavia, a falta de tempo não me permitia fazer isso.

Sentamos à mesa, apenas nós dois, já que Maiara ainda dormia, Danilo perguntou se eu não queria acordá-la ou algo do tipo, entretanto naquele momento eu não queria fazer isso, já que teríamos muito o que conversar e, eu queria aproveitar que estávamos a sós.

Quebra cabeça do destino [DANISA]Onde histórias criam vida. Descubra agora