Por Maraísa
Eu tranquei a porta com uma força até então desconhecida por mim, um estrondo tão forte que eu poderia facilmente derruba-la, se não fossem as trancas potentes que a prendiam a parede. Então eu peguei um porta retrato aonde havia eu e Maiara felizes em seu primeiro ano comigo e, comecei a me recordar de tudo.Seu primeiro dia de aula.
Sua primeira refeição ao meu lado.
Nossa primeira noite juntas na mesma casa.A primeira vez que ela me chamou de mãe, mesmo eu dizendo que sua mamãe era uma estrela cadente.
Sua primeira malcriação comigo.Sua menarca e, o quanto ela chorou e sofreu com cólicas por estar "sangrando pela pepeca" como ela mesma costumava dizer.
Então eu chorei por vários motivos.
O primeiro era porque ela não me pertencia mais totalmente, ela não era mais minha, ela tinha alguém para competir por atenção, agora ela tinha o pai dela, o homem que cedeu seu espermatozoide para que ela viesse ao mundo.
O segundo dizia respeito a forma como eu e Danilo estávamos nos tratando antes de Wendel chegar, eu e ele parecíamos finalmente estar nos eixos, como se entendêssemos que ambos tínhamos sentimentos em comum por Maiara, nós dois queríamos protege-la. Eu estava a ponto de propor que dividíssemos a sua guarda e fôssemos felizes. Contudo, agora era como se o período de trégua acabasse e a guerra retornasse, como se nunca estivesse acabado.
E o pior é que eu me sentia tão confusa com toda essa situação, tão perdida, tão sem rumo, que a única coisa que vinha em minha mente era uma garrafa de cerveja. Talvez a única coisa capaz de resolver, mesmo que fosse momentaneamente, meus problemas.
Então, esquecendo-me completamente da minha dignidade, da responsabilidade com minha sobrinha e dos meus votos de evitar beber quando ela estivesse presente eu abri uma lata de cerveja.
Sentada na mesma cadeira que Danilo ocupava antes, sem me importar se Maiara me visse, contudo, o quarto dela estava tão silencioso que, em outras épocas eu iria até lá para ver o que ela estaria aprontando.
A cada gole minha dor sumia e, eu tinha vontade de continuar bebendo até que todas as lágrimas se esvaíssem e a dor sumisse por completo.
Eu havia mandado Wendel e seu buquê de flores enorme embora, alegando que, graças a sua atitude impensada eu havia perdido tudo que havia conquistado com Danilo.
Mas o que me doía não era apenas ter perdido sua confiança, era ter perdido a pessoa dele, seu sorriso que nunca mais seria o mesmo comigo, seu toque sútil, seu rosto que se contorcia de timidez todas as vezes que eu falava algo que ele não se sentia preparado para responder.
Eu não sabia o que estava ocorrendo comigo, era como se eu voltasse a ser uma adolescente.
Por que Wendel teve que aparecer daquela forma?
Por que ele não foi para qualquer lugar que não fosse a minha casa.
E as lágrimas brotaram em meu rosto com força e, eu quis de todas as formas secá-las, mas elas insistiam em cair como uma tempestade.
Eu perdi Danilo!
Eu perdi Maiara!
Eu perdi Juliana!
E estou me perdendo!
Prestes a entrar em um estado de sono profundo, escutei meu celular vibrar com força, indicando uma mensagem.
Era ele.Eu fiquei taquicárdica, minhas mãos suavam tanto que eu tive medo de que meu celular caísse de minhas mãos.
"Vou voltar aí, peça para Mirela me esperar na portaria. Obrigado"
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Quebra cabeça do destino [DANISA]
FanfictionEla estava bem. Ninguém imaginava que ela iria partir daquela forma, contudo, a perda de Juliana foi mais do que Maraísa podia imaginar. Ela era sua irmã, sua melhor amiga, sua confidente nas horas vagas. Por que ela? Por que justo ela? A dor da per...