Capítulo 10

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  -- Eu acho melhor não pensamos muito nessa possibilidade, então vamos forcar na questão inicial, se aproximar da Andrea sem o discurso morte aos alfas -- disse Kara num tom sério.

  -- Ei -- reclamei ofendida -- eu não sou assim.

  -- Então por que você faz questão de mostrar todo o seu desprezo cada vez que conhece um alfa? -- questionou com a sobrancelha levantada -- caramba Lena você também não se ajuda, agindo assim é obvio o porque de você nunca ter passado do segundo encontro, se esforce minimamente pra ser uma companhia agradável e divertida.

  -- Se eu sou uma companhia tão desagradável assim, por que ainda mora comigo? -- perguntei emburrada.

  -- O preço do aluguel compensa -- disse num tom sério antes de abrir um sorriso travesso -- brincadeira, moramos juntas a 5 anos já temos intimidade pra ver o pior lado uma da outra e eu não sou uma alfa, sem contar que você carrega muita bagagem e joga tudo de uma vez não dando nem a chance da pessoa ver primeiro o que tem no porta-luvas.

  -- Eu acho que é bom já deixar claro aonde a pessoa estar se metendo -- disse cruzando os braços irritada.

  -- Que fofa, mas isso só funciona numa transação de negócios onde ambas as partes tem que ficar cientes dos riscos, não num relacionamento nesse tipo de coisa é bom um certo mistério, sabe descobrir as coisas de pouquinho em pouquinho, senão fica assustador -- argumentou Kara gesticulando com as mãos a cada frase.

  -- Eu estou muito velha pra esse tipo de coisa -- disse num tom cansado.

  -- Isso não tem nada a ver com a idade é sua mentalidade mesmo que é o problema -- disse ela não dando muita importância ao que eu disse -- você é profissional demais e acaba levando a sua mentalidade do trabalho pra sua vida pessoal o que não é legal. Tudo bem usar isso para ajeitar as contas de casa não pra sua vida amorosa, não dar pra racionalizar sentimentos esses dois lados não se misturam.

  -- Se você tinha toda essa opinião sobre mim, por que não falou isso antes? -- perguntei não podendo negar o que ela dissera.

  -- Porque você é uma adulta eu tinha esperança que em algum momento você ia fazer uma autocrítica e decidir mudar -- respondeu dando de ombros -- e eu sou sua amiga o que ainda assim não me dar o direito de dar pitaco sem você me pedi antes.

  -- Ok, eu entendi eu sou um desastre -- resmunguei num tom dolorido.

  -- Eu não disse isso, você está mais pra um projeto em andamento a sua base que está meio bamba -- disse Kara antes de dar tapinhas no meu ombro ao falar -- mas veja pelo lado bom, a Andrea já conhece grande parte da sua bagagem já é meio caminho.

  -- Já falamos demais e ainda não chegamos no centro da questão, como é que vou me aproximar?

  -- Você já possui a melhor desculpa do mundo, o projeto, é só convidá-la pra falar sobre ele -- respondeu Kara se inclinando levemente em minha direção antes de sair da cozinha indo em direção ao corredor com um prato em mãos -- soube que tem uns restaurantes bem legais perto do teu trabalho, mas se você se sentir pressionada é só chamar ela pra jantar com a gente eu aceito ser vela.

  A Kara tinha um ponto -- pensei enquanto via minha amiga sumindo dentro do seu quarto.

  Porém algo se revira em mim ao imagina-la junto a mim e Andrea, como se a simples imagem fosse doloroso, mesmo que essa possibilidade fosse a mais agradável.

  -- Afinal, o que está acontecendo comigo?

  Na semana seguinte eu já me sentia bem o suficiente para voltar ao meu trabalho, bem só meu estado físico estava melhor, os sintomas da T.P.C.I haviam diminuído não foram embora por completo, mas estavam tolerantes. Já meu estado mental ia de mal a pior e eu não tinha ideia de como me aproximar de Andrea, já me era estranho ir até sua sala ou simplesmente não alfineta-la, sem contar que ainda tenho que me concentrar no projeto que fazia junto a ela e alguns outros que ajudava.

  Maldita foi a hora que fui desenvolver essa doença e você também não me ajuda Loba foi logo escolher a Andrea, em resposta acaba sentindo um leve incomodo como se ela não tivesse gostado da observação.

  -- Ainda não está se sentindo melhor? -- questionou Jess entrando em minha sala meio receosa.

  -- Eu estou melhor Jess -- respondi com um sorriso querendo tranquiliza-la, afinal nós últimos tempos não estava agindo como uma boa amiga -- é só um leve incomodo já vai passar.

  -- Tem algo que eu possa fazer? -- perguntou preocupada.

  Me ensinar a agir como se os alfas não fossem uma doença contagiosa que tento evitar a qualquer custo seria um bom começo.

  -- pode chamar a Andrea pra mim? -- perguntei no tom mais calmo que conseguir não querendo lhe transmitir meu nervosismo -- preciso discutir algumas coisas do projeto, claro se não for muito incomodo.

  -- Não tem problema eu já ia passar por lá mesmo -- confirmou minha amiga sorrindo.

  -- Obriga -- agradeci a vendo me deixar sozinha na sala me questionando se eu realmente deveria fazer aquilo agora.

  Não demora muito para a alfa bater na porta de meu escritório.

  -- Pode entrar -- disse a vendo entrar num misto de preocupação e confusão.

  -- Pensei que nos veríamos depois do almoço -- disse fechando a porta se aproximando de minha mesa -- você realmente está bem?

  -- Estou melhor -- garanti -- estou tentando seguir a recomendação da minha médica e é por isso que pedi para lhe chamar.

  -- E o que seria essa recomendação? -- questionou Andrea desconfiada.

  -- Diminuir o estresse e a Kara me recomendou uma mudança de ambiente.

  Não havia a menor chance de eu contar o real motivo, afinal não quero que ela se sinta pressionada assim como eu, sem contar que eu ainda estava com o pé atrás sobre a Andrea ser o motivo de minha T.P.C.I. -- Como sei lá... discutir isso num... restaurante aqui perto.

  Era nítido a confusão em seu rosto ao ouvir minha proposta.

  -- Tem certeza que você está bem?

  -- Quer saber? Esquece eu só estava tentando melhorar o conviveu entre a gente pelo bem do projeto -- disse um pouco exaltada -- pra assim eu me estressar menos, mas pelo visto não tá rolando.

  Acho que já vou encomendar o meu caixão, eu sou um fiasco nisso mesmo.

  -- Calma Lena você só me pegou meio de surpresa me der só um tempinho pra eu digerir a informação -- disse ela num tom calmo -- eu acho uma boa ideia, mas hoje não vai dar tenho um compromisso, e acho que seria melhor fazer isso na sua casa onde podemos ter mais liberdade e acesso aos arquivos que precisamos, sem contar a Kara.

  -- O que tem a Kara? -- perguntei não entendendo o porquê de tê-la mencionado.

  -- Ela é minha garantia -- respondeu Andrea dando de ombros.

  -- Sua ou minha? -- questionei desconfiada erguendo a sobrancelha.

  -- Obviamente que minha, afinal ela é a única pessoa que consegue lidar com o seu mau humor.

Continua...

A inofensiva (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora