Capítulo 18

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  Eu me encontrava completamente surpresa e confusa depois que vi Kara lidar com um alfa bêbado e a forma que tratara aquela ômega era totalmente fora do seu normal ou talvez esse seja o normal dela que eu não via devido aos nossos horários não baterem. Por me encontrar presa em meus próprios pensamentos acabei por não notar que se aproximava até ouvir Caio dizer:

  -- Mandou bem garota. -- Meu amigo aplaudia enquanto sorria impressionado. -- Aquele alfa saiu com o rabinho entre as pernas.

  -- Não é pra tanto os seguranças poderiam ter feito isso sem mim -- disse não parecendo muito feliz pelo o que fizera indo para trás do balcão tocando no ombro de sua amiga lhe sussurrando algo em seu ouvido antes de apontar na direção da garota que a seguia com o olhar.

  -- Deixe comigo -- disse ela lhe dando leves tapinhas no ombro antes de se afastar com um sorriso galante.

  -- Se eles poderiam ter feito, por que fez então? -- questionei a vendo finalmente olhar para mim pela primeira vez naquela noite.

  -- Quanto menos violência melhor e a garota já estava assustada o suficiente pra deixamos dois brutamontes se aproximarem, então presumir que a minha presença como uma beta seria melhor -- respondeu Kara de forma calma -- e é fácil lidar com um alfa bêbado é só usar o peso dele contra ele e deixar a gravidade fazer o resto, foi um golpe de sorte.

  -- Não pareceu ter sido apenas sorte -- disse Caio bebericando a bebida que havia pedido durante o confronto.

  -- Mas foi -- disse Kara de forma firme antes de voltar a sua pose amigável como se tentasse disfarçar sua irritação -- comeram alguma coisa antes de virem pra cá?

  -- A gente sim, a Lena eu não garanto -- disse Caio apontando para si e Jess que confirma com a cabeça antes de voltasse para mim.

  -- Imaginei -- disse Kara concordando com a cabeça chamando um rapaz com a mão sussurrando em seu ouvido que lhe entrega uma chave -- obrigada, aquela mesa esvaziou.

  -- Bem, os meus pés estão cochando para dançar, Jess me acompanha? -- perguntou ele lhe estendendo a mão se inclinado levemente.

  -- Claro -- concordou ela aceitando o gesto o seguindo para a pista de dança.

  Enquanto essa conversa acontecia Kara havia se abaixado no balcão, talvez procurando alguma coisa antes de se levantar com um pequeno pote e um prato em cada mão rapidamente os colocando sobre o balcão.

  -- Não conte pra ninguém, teoricamente não deveríamos ter isso aqui -- disse abrindo o pote revelando um monte de sanduíches cortados em triângulos colocando um deles sobre o prato o empurrando pro meu lado -- mas sempre bate uma fome da madrugada em alguém por aqui antes ou depois do intervalo.

  Sem conseguir falar sem soar rude e ainda magoada pela conversa que tivermos ciente das verdades contidas naquelas palavras me mantenho calada aproximando mais um pouco o prato começando a comer enquanto a via interagir com as pessoas ao seu lado era estranho vê-la de forma tão firme e praticamente flertando por aí, sendo totalmente diferente do zumbi em casa.

  -- Não vai dançar? -- questionou Kara limpando um copo não mantendo seu olhar totalmente sobre mim.

  -- Não estou no animo para isso -- respondi brincando com o liquido em meu próprio copo sem olha-la -- pensei que queria se afastar de mim.

  -- Moramos juntas, somos amigas e me preocupo com você -- disse após suspirar cansada guardando o copo -- não estamos no melhores termos, sei disso e dificilmente apenas esses dois dias seriam o suficiente para por em ordem os seus e os meus sentimentos.

A inofensiva (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora