Capítulo 25

820 102 8
                                    

  A semana que se seguiu fora estranha para dizer o mínimo, para começar a Kara proporá que começássemos a dormir no mesmo quarto para que nossas lobas não ficassem tão inquietas, pelo menos até que nossos sintomas diminuíssem, ainda assim ela mantinha uma considerável distancia entre nós na cama que sempre estava menor quando acordávamos e por incrível que pareça, funcionou.

  Fazia meses dês da última vez que havia dormido tão bem, mas não deixava menos estranho essa nova rotina que tentávamos construir, não só por nossos horários diferentes.

  -- O café está sem açúcar -- disse Kara virada de costas para mim preparando ovos com beacon ainda vestida com o seu pijama com os pés descalços, usando uma calça roxa e uma blusa branca de mangas também roxas com o desenho de uma fatia de pizza e um coração.

  Sem dizer uma única palavra vou até o balcão onde minha caneca estava, assim que me sento Kara coloca o prato na minha frente enquanto sorria.

  Outra mudança fora que a Kara parara de suprimir seus feromônios, porém só após uma  longa e complicada conversa movida grande parte pelo seu medo a respeito da opinião de nossos vizinhos sobre, afinal dês que descobrir sua real classe a Kara não mostrava a menor intenção de voltar a esconde-los dentro de casa mesmo que  tal fato parecesse desagradá-la profundamente, não levei para o pessoal, pois sabia que seu incomodo era mais consigo mesma do que algo comigo.

  Ela alertou que mesmo que tomássemos todo cuidado do mundo ainda acabariam descobrindo, pois o cheiro na sua e na minha roupa deixaria claro a presença de um alfa na casa, sem contar que o nosso cheiro mudaria daqui a umas duas semanas por conta da aceitação da marca.

  O que nos levou a outra questão, o meu trabalho, os alfas engravatados na minha empresa não viam ômegas marcadas com bons olhos e sabendo de tal visão Kara estava bem preocupada, o que me lembrou que não a havia contado.

  -- Você vai o quê?

  -- Me demitir depois do fim do projeto -- disse calmamente tomando o meu café.

  -- E não pensou que deveria ter me contado isso antes? -- questionou meio exaltada se inclinando levemente em minha direção com as mãos sobre o balcão -- não estou falando disso por causa da marca, estou falando porque dividimos o aluguel.

  -- Me desculpe, mas eu estava meio ocupada se você não reparou -- disse me referindo a tudo o que aconteceu nos últimos dias -- só deu tempo agora.

  -- Ok, desculpa eu me exaltei -- disse Kara mais calma voltando a sua posição anterior -- então... vai dar um tempo depois de sair?

  -- Eu ainda não sei bem -- confessei meio cansada dando de ombros -- não pensei ainda, eu só quero sair daquela empresa e não estou muito afim de entregar currículos por agora, está tudo muito confuso para tomar decisões tão importantes e decisivas no momento.

  Como se não soubesse bem o que dizer Kara ficara calada enquanto olhava para os lados e eu entendia, claramente estava sendo confuso para ela também.

  -- De que horas a gente vai encontrar seus amigos amanhã mesmo? -- perguntei depois de suspirar desistindo de esperar sua opinião sobre o assunto anterior.

  -- Antes do almoço -- respondeu ela saindo da cozinha -- a Kate está querendo fazer algo, eu chuto ser um churrasco, aposto que vai ter costelinha, ela ama costelinha.

  -- É muito longe? -- questionei a vendo parar ao meu lado ficando meio encostada num dos banquinhos.

  -- Umas duas horinhas de carro -- respondeu Kara dando de ombros -- talvez menos se não tiver transito na saída principal.

  Havia algo que estava me incomodando dês que descobrir a existência da tal cabana que iriamos, porém não tinha coragem de perguntar ou sequer sabia se queria a resposta para essa duvida.

  -- Eu não levei ninguém pra lá antes se é isso que está lhe preocupando -- disse ela levando a mão em minha direção, mas rapidamente desistindo a encostando no balcão, é toques espontâneos estavam meio estranhos depois de tudo -- não importa o quão doloroso fosse passar o cio sozinha.

  Era notável o seu desconforto com esse assunto, por isso fiz questão de mandar toda e qualquer duvida que tinha para o fundo da minha mente.

  -- Bem, eu tenho que ir -- disse me levantando ainda segurando a caneca que era a única coisa entre mim e a Kara no momento.

  -- Eh... pode passar -- disse Kara apontando para o lado abrindo espaço.

  -- Obrigada -- disse sem graça me afastando colocando a caneca na pia indo em seguida para a porta -- ah, Kara.

  -- Sim? -- perguntou se virando rapidamente em minha direção.

  -- Posso contar para os meus amigos sobre... bem, nós? -- questionei meio ansiosa -- é que eles estão me questionando dês da semana passada.

  -- Tudo bem, acho bem justo -- concordou Kara com a cabeça.

  -- Eh... bem, te vejo mais tarde -- disse antes de sair de casa envergonhada -- parece que estou me esforçando para deixar as coisas mais estranhas.

  E como eu já esperava os meus amigos surtaram quando contei sobre a Kara ser uma alfa e principalmente, a alfa que me marcou.

  -- Como é que é a historia rapa? -- questionou Caio num tom levemente alto, pois estávamos num lugar publico durante nosso horário de almoço -- a tua colega de apartamento é o quê?

  -- Uma alfa lúpus -- repetir o que havia dito há poucos segundos me mantendo calma, afinal eu mesma já havia surtado o suficiente com esse assunto.

  -- E nos 5 anos que moraram juntas nunca passou por sua cabeça essa possibilidade? -- questionou meu amigo incrédulo, enquanto Jess permanecia em silencio revessando sua atenção entre mim e o ômega -- porque não é possível que não tenha tido alguma pista nesses 5 anos é de um lúpus que estamos falando.

  -- Você está generalizando Caio, nem todo alfa é igual -- disse bebendo o meu café.

  -- Agora... você está defendendo os alfas? -- questionou indignado.

  -- Eu estou defendendo a minha amiga -- respondi tentando manter o mesmo tom, mas já estava perdendo a paciência -- e não, não teve nem uma dica que a Kara seria uma alfa e não a beta que dizia.

  -- E o cio? Não tem como disfarçar isso a não ser que tenha se entupido de supressores -- apontou Caio ainda não conseguindo acreditar -- e o mais ridículo ainda, como é que, você, não sabia que foi ela que lhe marcou?

  -- Caio senta -- disse Jess segurando o seu braço o fazendo fazer o que lhe pedira -- não tem como a Lena explicar qualquer coisa com você falando sem parar, além do que, creio que a outra parte do assunto deveria está presente quando formos conversar sobre ela.

  Caramba ela não vive só no mundo da lua.

Continua...

A inofensiva (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora