— Eu aqui — disse Nia levantando a mão empolgada sorrindo como uma criança na manhã de natal — deixa eu.
— Parece uma criança, né? — perguntou Kara próxima ao meu ouvido com quase o mesmo sorriso parecendo tão empolgada quanto a amiga.
E Nia realmente parecia, mas não sabia se tinha intimidade para falar isso, mas pelo tom risonho da Kara e os olhares dos outros ao redor deixava claro que não haveria o menor problema em concordar.
— Parece mesmo — confirmei com um sorriso contido.
— Para quieta Nia, eu sou a irmã, creio que mereço ser a primeira a se apresentar — disse Melissa dando um leve tapinha no braço estendido da alfa, sorrindo do mesmo jeito.
— Por isso mesmo, você é a irmã e já se apresentou — disse Nia num tom calmo voltando a se sentar — falta os outros três pra fazer isso e eu tô inclusa nos três.
— Nia tem um bom ponto — disse Kara apontando para ela — deixa os outros, pode continuar Nia.
— Eba! — disse batendo palminhas antes de se voltar para mim estendendo a mão — prazer, eu sou Nia Nal, tenho 37 anos, trabalho como marceneira e faço uns bicos de advogada de vez em quando, se precisar de ajuda jurídica é só falar comigo, mas eu gostaria mais se me pedisse algum móvel, na verdade estou começando a trabalhar com esfofado, coisas simples, mas tá ficando legal.
— Então, como você conheceu as gêmeas? — perguntei curiosa pegando o cartão que ela me estendera.
— Fui babá delas por conta do contato que os meus pais tinham com os delas — respondeu Nia meio hesitante — ah, vou ser sincera, tu já sabe de quase tudo, tá dentro das picuinhas, vou mandar na lata mesmo, meus pais tavam dentro da folha de pagamento, policias corruptos, não tem nem outro jeito de dizer isso.
— Então você conheceu elas dês de pequininhas? — perguntei sorrindo ao imaginar como a Kara era quando criança, com certeza era uma criança bem travessa.
— Pequininihas, pequinininhas não — disse Nia fazendo alguns gestos de mão enquanto falava — mas peguei o inicio da adolescência.
— E como a Kara era? — perguntei a sentindo ficar mais inquieta ao meu lado, ah, agora eu fiquei mais curiosa.
— Não vou falar agora que ela tá de olho, mas me liga que eu te conto tudo — disse Nia piscando para mim — quem segue?
— Bem, eu já quero ir preparando o churrasco, então vou indo para adiantar — disse Kate batendo uma palma curta antes de respirar fundo — prazer, sou Kate, sobrenome, não interessa.
— Kate — repreendeu Mel dando um tapinha no braço recebendo um revirar de olhos.
— Não vou contar o meu sobrenome, não enche — disse não dando para trás de sua decisão se voltando em seguida para mim — sou uma beta, estou fazendo minha pós em farmacologia, tô tentando desenvolver um medicamento supressor que agrida menos os alfas e ômegas... pra ter dinheiro para a minha verdadeira pesquisa, que não vem ao caso contar por agora.
Admito, fiquei curiosa e ela censurou novamente o recessivo.
— Tenho 27 e conheci as gêmeas quando a máfia holandesa, cuja eu faço parte, decidiu fazer uma aliança com a italiana, eu fui mandada como representante e me esbarrei com as duas, sendo mais sincera me esbarrei primeiro com a Mel, numa situação meio que... inusitada, pra dizer o minimo.
— Tu não diz um piu — ameaçou Melissa apontando para ela.
— Piu — disse Kate recebendo mais um tapa, gargalhando com isso — se preocupa não, que não vou contar, mas eu gostaria muito de ter tiradi uma foto pra mandar emoldurar, iria rir muito toda vez que visse, mas ainda bem que tenho uma memória boa, que aí não vou precisar.
— E a Kara? — questionei curiosa, vendo que a própria estava mais tranquila que sua irmã com a fala da beta.
— A Kara, bem... ela parecia um defunto que anda — respondeu Kate pensativa — não porque estava acabada, ela sempre foi jeitosinha, mas é por causa do olhar, ela não parecia ter alma no corpo, depois eu descobrir que era só porque o pai estava do lado aquele porco imundo e eu ainda me esbarrei na Kar em algumas das minhas viagens.
— Por que tu viaja mesmo Kate? — perguntou Melissa olhando para ela curiosa.
— Pesquisa de campo, a doença que estou estudando por fora é meio rara e tem poucos casos por aqui, pelo menos oficiais, é mais fácil achar em lugares mais isolados — disse Kate se levantando indo em direção a cabana — vou pegar a carne, Nia já que você já falou, ascenda a churrasqueira.
Sem dizer mais nenhuma palavra Kate some dentro da cabana enquanto a mais velha fazia o que lhe fora pedido.
— Bem, acho que só sobrou eu — disse Barry meio constrangido limpando a garganta — me chamo Barry Allen, tenho 18 anos, estou pra me formar no ensino médio por algumas circunstancias que não vou comentar estou atualmente morando com os meus tios e pretendo fazer faculdade para coreografo.
— Como conheceu as gêmeas? — perguntei o vendo corar um pouco envergonhado.
— Gostaria que tivesse acontecido em circunstancias diferentes — começou ele coçando a parte de trás da cabeça — como eu disse antes, eu era de uma gangue de rua, mas não era bem uma gangue de verdade, era só um bando de adolescentes arruaceiros, no máximo acontecia uma invasão de propriedade, uma perturbação da ordem publica, nada muito serio, não nós metíamos com furtos ou drogas, pelo menos não eu.
— Barry você foi preço, três vezes — disse Mel ainda concentrada no que fazia se mantendendo de costas para nós.
— Isso não importa, foram por delitos leves, nada que precise de uma menção mais profunda — disse Barry abanando a mão o assundo para longe antes de apoiar o queixo sobre a palma da mão com o cotovelo sobre a mesa — bem, pra resumir teve um dia que fui preso e acabei me encontrando com a Nia, que topou ser a minha advogada, mas no dia do tribunal uns amigos meus causaram uns probleminhas e acabamos topando com as gêmeas que estavam por lá por causa de um tio ou coisa assim.
— Era tio mesmo — disseram as duas ao mesmo tempo.
— Eu tava no país na época — disse Kara dando de ombros, esperando que aquilo explicasse tudo.
— A partir dai a Nia nós apresentou e elas meio que me adotaram — terminou Barry dando de ombros — eu tinha uns 16 anos, então faz dois anos que as conheço.
Depois que as apresentações acabaram, começou um churrasco regado de conversas mais leves, muito riso e musicas altas, chegou um momento que a Kara expulsou a Kate da grela tomando o seu lugar, ficando nisso até perto do aniitecer.
— Bem, a conversa tá muito boa, mas temos que ir — disse Kara limpando as mãos no avental que havia pego quando decidira ficar responsável pela comida, o tirando em seguida — tem certeza que vai ficar bem Mel?
— Não se preocupe, eu me viro — disse sua irmã num tom tranquilo — e se rolar algum problema a Kate tá perto.
— Qualquer coisa me liga — disse Kara parando ao meu lado — e isso vale pra todos vocês.
E isso marcou o fim daquela estranha reunião.
— Eu disse que ia gostar de ver a sua cara — sussurrou ela em meu ouvido.
Continua...
Oi povo lindo desculpa a demora de quase dois meses, é que eu tirei um tempo para transcrever uns dois cardeninhos que eu tinha aqui (Rascunhos de cenas e Anotações para as historias como, linhas do tempo, lista de personagens e sinopse) que acabou levando mais tempo do que eu esperava, o meu celular também deu perda total (a bateria morreu) talvez compre outro lá pro fim do mês e com o inicio das férias escolares o meu irmão mais novo viajou e levou o computador com ele (a gente divide), então não tinha como eu postar apesar de já ter o capítulo pronto.
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A inofensiva (Supercorp)
FanficLena é uma ômega muito responsável e que luta pela sua própria independência, mas que começará a se preocupar que com os seus 28 anos ainda não encontrará o seu Alfa, problema é que ela procura por um Alfa calmo, gentil e que não tenha um temperamen...