O dia finalmente havia chegado e a Kara parecia ter virado uma verdadeira pilha de nervos, mal conseguia ficar parada num único lugar e por muito pouco não roía as unhas, não ficaria nenhum pouco surpresa se começasse a vibrar. Ela estava tão ansiosa com a visita da minha mãe que estava vestindo uma camisa social, camisa social, branca ainda por cima e um suéter rosa, eu nem sabia que ela tinha esse tipo de roupa, o mais normal que já a vi usar fora o seu uniforme e ainda assim possuía um vermelho vibrante para que se destacasse na pouca iluminação na boate.
E lá estava ela, camisa social, branca, suéter rosa, calça cinza, também social e ténis!
A Kara nunca usa ténis em casa, ela ama andar descalça pela casa, ao ponto que só abandonava esse habito quando ia cozinhar ou ao sair do banheiro, a Kara já chegou a receber visitas descalça e totalmente descabelada, afinal:
"A casa é minha, eles não podem esperar que, eu, me arrume toda só para recebê-los."
Agora a mesma pessoa que disse aquilo, estava tão arrumada que nem mesmo um único fio de cabelo estava fora do lugar.
- Kara calma, respira um pouco - disse segurando em seus braços para que ficasse parada e não abrisse um buraco no chão - vai dar tudo certo.
-Eu não consigo - disse num tom angustiado, apertando os dedos das mãos - e se ela não gostar da comida? A gente não namora, e se ela perguntar sobre isso? Pior e se ela exigir que eu faça isso agora? E o que eu vou dizer sobre a minha família? Não existe jeito fácil de contar que é da máfia, não tem como eu apresentar a minha irmã é perigoso demais e eu nem tenho um trabalho decente, ela sempre odiou o fato de eu ser bartender.
Vendo que se acabasse a deixando continuar assim, ela ficaria mais ansiosa, começo a procurar um jeito de distraí-la.
- Beija ela de uma vez.
Aquilo me pegou totalmente de surpresa, eu com certeza não esperava que a primeira coisa que fosse ouvir da loba interior da Kara fosse essa frase.
- Se não fizer isso, agora, ela vai entrar em curto, vamos no três... três.
Sem saber o que fazer e não conseguindo pensar em algo melhor, não dando qualquer chance para Kara reagir, seguro seu rosto atraindo sua atenção para mim antes de puxá-la para minha direção, a beijando.
No inicio fora apenas um encostar de lábios, afinal eu só queria fazê-lo se concentrar em algo que não fosse a minha mãe, mesmo que acabe tendo uma crise nervosa diferente, mas ainda seria melhor do que vê-la andando em círculos com esses pensamentos inúteis que não a levariam a lugar nenhum.
Quando decidir que já seria o bastante começo a me afastar a sinto me impedi de o fazer, me mantendo no mesmo lugar, aquilo me pegou de surpresa, mas não estava reclamando.
Suas mãos, que até então estavam paradas ao lado de seu corpo, circulam minha cintura aproximando um pouco mais os nossos corpos, entreabrindo seus lábios permitindo que eu tivesse o controle do beijo, enquanto as minhas permaneciam em seu rosto.
Era um beijo calmo, nenhum de nós parecia querer apressar as coisas, aproveitando cada segundo daquilo para testamos os limites uma da outra, nos separando lentamente ao fim dele, com as minhas mãos descendo para seus ombros e os dela se mantendo firmes em minha cintura, fazendo um leve carinho na regiam.
- Vai virar hábito você fazer isso? - perguntou Kara meio ofegante com um sorriso no rosto - não estou reclamando, é só curiosidade mesmo.
- Se quiser você pode fazer isso primeiro, sabe, só pra variar um pouquinho - respondi num tom de brincadeira, mas sendo sincera, encostando as nossas testas, fechando brevemente os meus olhos, aproveitando aquela proximidade.
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A inofensiva (Supercorp)
Fiksi PenggemarLena é uma ômega muito responsável e que luta pela sua própria independência, mas que começará a se preocupar que com os seus 28 anos ainda não encontrará o seu Alfa, problema é que ela procura por um Alfa calmo, gentil e que não tenha um temperamen...