CAPÍTULO 10

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Procuro me ambientar ao acordar e percebo que dormi na sala, recordações da noite anterior onde me lamentava e chorava por todas as péssimas escolhas que fiz. Um pote de sorvete não foi o suficiente pra minha mágoa, ela estava me consumindo aos poucos até não restar mais nada de mim. Eu estava me perdendo de mim mesma.

O barulho da campainha me trás uma pontada na cabeça, depois de uma noite de álcool, a dor de cabeça seria o mínimo que eu esperaria.

Vou atender a porta.

- Bom dia. - Era um rapaz alto, com cabelos platinados e uma máscara que tampava uma boa parte de seu rosto. Não estávamos em pandemia, porquê diabos ele usava máscara?

- Quem é... -

- Kakashi Hatake, prazer. - Ele diz invadindo meu apartamento

- O que você...

- Vim solicitar seus serviços como psicanalista.

- Eu não tenho...

- Não será um problema, sua carteira para atuar no seu ramo estará disponível assim que aceitar minha proposta. - ele diz e eu permaneço em silêncio. Sua sobrancelhas levantam em expectativa.

- Eu vou poder falar ou você vai ficar me cortando o tempo todo? Primeiramente, quem é você? - pergunto e vejo que ele vai responder o óbvio: "já respondi" e me adianto - além do seu nome.

- Você não vai precisar dessa informação. - Ele me entrega um envelope. Suas expressões eram mínimas, sua máscara era uma ótima fuga pra não me deixar analisa-lo. Indecifrável. - Eu te contratei para tratar Sasuke Uchiha.

- E me disse alguns meses atrás que fiz um péssimo trabalho.

- Você fez. - Ele diz indiferente e me sinto surpresa pela sua arrogância. Ignoro seu comentário e abro o envelope que possuía algumas informações e um passaporte.

- Não consigo entender. Do que se trata? - questiono

- Sasuke Uchiha não está mais no Japão, aparentemente está em busca de seu irmão mais velho, Itachi Uchiha.

- O que? Itachi não estava morto? - pergunto em choque

- Não, todas as informações que precisa vão estar dentro do envelope.

- E onde eu entro nessa história? - ainda assimilando a informação, pergunto com certo receio.

- Quero que encontre Sasuke e cuide para que ele não retorne aos hábitos antigos.

- E você acha que eu serei capaz de impedir um psicopata de matar? - minha voz sai como um suspiro, quase me falta ar pra fazê-la. Ele estava louco se pensava que eu tinha tendências suicidas.

- Sim eu acho. - sua voz parecia entediado. - Dentre todas as profissionais que contratei para trata-lo, você foi a única que conseguiu algum resultado.

- Achei que meu trabalho tivesse sido ruim.

- Você abandonou ele, todo o progresso que fez se desmanchou no minuto em que entrou em contato comigo para acabar com o contrato.

- Ele não estava tendo progresso. Ele matou uma pessoa!

- Uma pessoa que você não defenderia se soubesse do que fez.

- Não justifica. - digo firme e sinto meus olhos enchendo de lágrimas por motivo nenhum. - Eu não vou participar disso.

- Pense, você tem até ao anoitecer pra decidir, seu vôo sai às 8 horas. - Ele diz saindo do meu apartamento e me encara. - Você viu também.

PSICOPATA EM KRATOS ||  𝒔𝒂𝒔𝒖𝒔𝒂𝒌𝒖Onde histórias criam vida. Descubra agora