pamonha

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vi aqueles olhos vermelhos, sem rumo, eles sempre estavam daquela cor. e eu sorria pra ela. eu dançava pra ela. eu falava com ela. na esperança de fazê-la enxergar além daquilo tudo. os amigos não se importam se ela bebeu por uma semana inteira ou se não dormia por três dias. ninguém se preocupava com as manchas roxas em seu rosto. nem se ela tinhas sonhos ou o que fazia seus olhos brilharem. "você não pode ajudar todo mundo", minha mãe costumava me dizer. lembrei disso enquanto fazia o jantar. ela tinha razão. a verdade é que, eu nunca consegui. talvez estivesse estraçalhada na mesma medida. naquele momento, eu nem mesmo conseguia me ajudar. meus olhos também ficavam vermelhos iguais aos dela. e ela sorria pra mim. dançava. e falava comigo. na esperança de me fazer enxergar além daquilo tudo.  aquela garota bonita ficava com os olhos vermelhos quase todas as noites. igual aos meus no dia em que fui embora.

o doce amargo das despedidas Onde histórias criam vida. Descubra agora