aos quatorze anos, eu encarava o meu reflexo no espelho e ele me encarava de volta, com os olhos profundos e cansados, de uma noite mal dormida, de um choro abafado no travesseiro; depois de uma distorção com a coitada da minha imagem, a imagem da menininha na foto de infância, com um pão na boca e um olhar doce; depois de dizer palavras sujas a si mesma; depois de você dizer que não sou bonita o suficiente. então, eu erguia a minha postura e dizia para que o reflexo ouvisse: "nada é tão bom que não possa ser melhorado". todos os dias, antes de sair de casa.
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o doce amargo das despedidas
PoesiaEste livro é um convite para se despedir e, eventualmente, recomeçar, mesmo que esses começos te levem a novos finais.