tanta coisa mudou. se passou tanto tempo, não? tanto tempo, sendo, já me esqueci da sua risada e do seu jeito desajeitado de caminhar. você tem estado bem? ainda mora naquela mesma casa laranja, no final da rua? talvez tenha adotado algum cachorro caramelo, dos quais você tanto falava. vi que foi aniversário do seu pai, vi também que você deixou a barba crescer. talvez a gente devesse conversar. sobre como anda a vida. os amores. as pessoas. as faltas e as despedidas que fizeram com a gente. sobre a saudade que fica escondida. esperando que a gente conte até três e a encontre. você quis procurar? talvez eu devesse ligar e perguntar o que eu faço com a ela. mas eu não ligo. e nem te escrevo. talvez eu deva apagar o seu contato. jogar fora o livro que me deu. com palavras bonitas que ninguém nunca tinha me escrito. me recuperar e levantar desse lugar que me deixou. quando tudo que você fez foi seguir ir em frente.
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o doce amargo das despedidas
PoetryEste livro é um convite para se despedir e, eventualmente, recomeçar, mesmo que esses começos te levem a novos finais.