_ Um início _

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04/02/22

~ Gaspar

  Eu acordo de madrugada, sem sono. Olho para minha mesinha de cabeceira, o alarme marcava 05:20. Ontem eu fui dormir mais tarde, não faz sentido eu acordar agora. Inferno.

  Decido levantar, vou até o banheiro e entro no banho. Lavo meu cabelo e meu corpo o mais rápido possível. Frio da porra. Eu saio do chuveiro e coloco toalha na minha cintura.

  Sento na minha cama com preguiça. Será que eu já coloco a roupa da escola? Acho que não, corre risco de sujar. Vou até meu armário e pego a primeira camiseta que me aparece. É uma preta com pequenas caveiras, gosto bastante dessa. Também coloco uma calça de moletom marrom.

  Eu desso até a cozinha pra' comer alguma coisa. Será que minha mãe deixou café pronto? Acho que não, ela sempre leva para os plantões dela. Eu coloco água pra' esquentar.

  Enquanto preparo meu sanduíche vejo meu telefone vibrar. Pego ele e tem uma mensagem da Agatha, um áudio.

  Entro na conversa e dou play no áudio.
"–Lorinho, bom dia. Eu queria saber se você se deu mal por bater nos cabeludo." Ela para e dá uma respirada.
"– Mas... foi uma bela briga. Achei que você não sabia brigar. –" Ela da uma risada.

  Eu aperto o botão de gravação. — Olha, eu vou pra' primeira detenção da minha vida, mas eu acho que de resto está tudo bem... E é claro que eu sei brigar, não me subestime. — Envio o áudio.

  A água já ferveu. Eu pego o resto das coisas e passo o café. Vejo outra notificação na tela, é o Arthur. Eu pego meu telefone. "As 14:50?", foi oque ele me mandou. "Sim" respondo.

  Eu pego uma xícara do café e vou até um quarto que minha mãe transformou em biblioteca. Adoro andar pelas estantes, gosto de lembrar de quando era pequeno e elas pareciam muito maiores. Procuro um livro de romance, minha irmã comprou alguns novos recentemente.

  "Os dois morrem no final". Título interessante, acho que vou pegar. Será que os dois realmente morrem no final? Vamos ver. Volto para meu quarto e decido já me arrumar para escola.

  Mesmo penteado de sempre, mesma roupa de sempre. Mesmo material de sempre. Mesmo sapato de sempre.
— Mesmo Dante de sempre. — tento me convencer, mesmo sabendo que não é verdade.

  O tempo passa voando. 07:10 e já estou saindo de casa, Bea foi mais cedo com Tristan. Depois de ontem eu não odeio ele.

  O jantar de noite foi interessante, não sabia que o padrinho estava em um relacionamento. Também não esperava
Que o Veríssimo fosse, ou que a Mia fosse. Mas foi uma boa noite, acho que eles vão aparecer mais vezes no jantar.
Thiago me mandou algumas mensagens durante o jantar, mas eu nem visualizei.

  Eu já estou dentro do ônibus mas eu não vejo o Arthur. Aposto que ele não vai na aula hoje, é bem a cara dele. O César está no ônibus junto com o garoto novo. Espero que o Arthur apareça, a gente tem um trabalho bem longo a fazer.

  Eu chego na escola e as horas passam rápido. O primeiro horário acaba e o professor sai de sala dando lugar a outra aula. Alguns alunos chegam no segundo horário, mas nada do Arthur.

  Faltavam 20 minutos para o terceiro tempo quando alguém bate na porta e a abre em seguida, era Arthur. Ele da bom dia para o professor e anda até a carteira ao lado de César.

  Uma mensagem chega no meu telefone. Não vou parar de ver a aula para responder. Meu telefone vibra de novo, e de novo, e de novo, mais uma vez... Quem é o filho da puta que tá me mandando mensagem toda hora?

Recomeço, cinerarias e acordes refeitos Onde histórias criam vida. Descubra agora