_ Alguém suportável _

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05/02/22

~Gaspar

Meu deus, eu acho que nunca desejei tanto morrer, alguma boa alma me tira daqui. Eu acabei de chegar na casa do Arthur e o joui me viu passar vergonha, agora eu estou aqui, na sala do dito-cujo, vermelho igual um pimentão.

- Dante! Que surpresa boa, faz tanto tempo que não te vejo, está incrível como sempre. - Dona Ivete me diz com um sorriso no rosto. Agora joui e cesar estão subindo as escadas.

- Obrigado, a senhorita também está linda, como sempre. - Respondo em um tom menos apático do que o normal. - Para com isso garoto, me chama de tia. Não sou sua superior, sou mãe do teu amigo. - Ela diz com uma risada no final. Me sinto um idiota por ter chamado ela de "senhorita", droga.

- Falando no Arthur, ele deve estar no quarto dele agora. Ele só saiu pra' almoçar, depois foi direto para o quarto. - Ela aponta o corredor ao lado da bancada da cozinha. - Segunda porta a direita. - Diz subindo a escada.

Eu só quero ir pra' casa logo. Começo a andar na direção do quarto do Arthur quando uma mão, que sem brincadeira, do tamanho da minha cabeça segura meu ombro.

- Ivete, me ajuda aqui com as compras. - Uma voz grave que me faz tremer. Me viro para trás e o pai do Arthur, Brulho, ele está parado atrás de mim bom umas 7 sacolas empilhadas em apenas um braço. - Claro. - Péra, ele me chamou de que?

- Olha, minha querida flor do campo, a mais bela do mundo, melhor madrinha da terra não tinha a marca de chocolate que você queria, mas eu trouxe outro. Tá bom? - Ele sai andando e coloca algumas coisas em cima do balcão

- Onde eu coloco isso? - Pergunto me referindo as sacolas que eu estava ajudando a carregar. Ele olha para trás e sua cara é de surpresa.
- Garoto, quem é você? Onde está a Ivete? O que você está fazendo na minha casa? - Ele pergunta me olhando de cima a baixo.

- Dante, filho da Clara. - Tento explicar. - A Ivete, acho que está no andar de cima. E eu vim ver seu filho. - Quando eu termino a frase ele está com a cara fechada. - O que você quer com meu filho? Eu já falei pra' ele parar de trazer os namorados aqui pra' casa sem avisar. - Meu Deus, eu vou morrer de morte matada. Eu devo estar da cor de um tomate agora.

- Não, não, você entendeu errado. Eu e seu filho não temos nada, eu vim fazer um trabalho. - Ele faz uma cara de deboche, da uma risada e prende o cabelo comprido e branco. Ele está usando uma regata branca, que deixa uma boa parte de seu corpo a mostra.

Meu deus, esse homem vai me matar, certeza. Pelo menos ele é bonito, vou ficar feliz de ser morto por um homem... muito bonito. Por que o pai do Arthur é tão bonito, bombado, de presença forte e o Arthur é tão mirradinho? Será que ele vai ser assim mais velho? Queria eu ser abençoado pela genética desse jeito.

- E você acha que nasci ontem? Acha que eu sou trouxa?- Diz meio irônico - O arthur veio de um "trabalho de faculdade"- Ele da uma risada amarga e grita a Ivete. - Olha, vai lá pro' quarto que depois eu converso com o Arthur. - Ele se vira e pega alguma coisa na geladeira.

Ivete chega no cômodo e eu vou saindo aos poucos indo em direção ao quarto. Bato algumas vezes na porta. Nem um som, talvez seja porquê a tia está conversando muito alto com o Brulho.

"Entra, mãe" é a única coisa que consigo escutar. Por que todo mundo tá achando que eu sou a Ivete hoje? Eu pareço tanto uma mulher assim? Não que a tia Ivete seja feia, ela também é bem bonita.

Uma música leve vem de dentro do quarto, eu abro a porta e me viro para fecha-la o mais rápido que consigo. Me viro para o Arthur. - Sua família acha que estamos namo.. - Deus. Um arrepio percorre todo meu corpo.

Recomeço, cinerarias e acordes refeitos Onde histórias criam vida. Descubra agora