_ Roupas antigas e pensamentos obsessivos _

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12/02/22, sábado.

~ Cohen

Eu abro meus olhos, minha cabeça está doendo um pouco. Vejo meu telefone vibrando em cima de minha mesa de cabeceira, Já deve ser tarde.

Me sento na cama e me espreguiço, minha coluna estrala. Ainda acho que um dia desses eu vou rasgar ao meio.

Pego meu telefone, já é uma hora, meu Deus. Não lembro a última vez que dormi tanto, acho que faz anos.
Tem várias notificações de mensagens do Joui, e algumas do Arthur. Não visualizo nenhuma.

Me levanto e ligo minha caixinha de som, agora está tocando "bejeweled" da Taylor Swift. Depois de arrumar minha cama, vou tomar um banho, trocar de roupa e vou tomar café.

Meu pai não deve estar em casa, então vou comer alguma coisa lá em baixo.

Ivete está na cozinha, virada para o fogão, provavelmente preparando o almoço e brulho está fazendo alguma coisa no quintal.

Me aproximo bem lentamente da Ivete, vou tentar assusta-lá. Me movo devagar e silenciosamente, desvio da Jennifer, a gatinha, e de vários obstáculos no caminho. Estou quase tocando o ombro de Ivete.

- César, querido, me alcança o sal fazendo o favor.. - Ela diz quando estou a centímetros dela. Como ela sabia?

- Você é muito sem graça, tia. - Resmungo pegando o sal que estava do outro lado do balcão.

- E você muito barulhento. - Ela ri.
- Bom dia, meu amor. - Ela se vira e beija minha testa.

- Bom dia, tia. - Ela volta a preparar o almoço.

Vou até o armário buscar alguma coisa pra' comer, mas sou impedido por Ivete, ela diz que o almoço sai em vinte minutos, e vinte minutos não vão me matar de fome. Então decido ir perturbar o Arthur.

Bato na porta de seu quarto, ele não responde, mas consigo ouvir uma música vindo de dentro de seu quarto. Apenas abro a porta, ele nem parece perceber minha presença. Me sento na cama ao lado dele.

- Bater na porta não mata ninguém sabia? - Ele resmunga. Eu reviro meus olhos.

- Eu bati e você não me atendeu. - O respondo. - Não me atendeu porque está treinando uma música nova? - Pergunto, mas soa mais como uma afirmação.

- "R U mine" - Ele diz baixinho. - Estou praticando ela essa semana, mas já tinha uma ideia de como ela funcionava. - Ele me responde sem tirar os olhos da guitarra.

- Já sabe com que roupa vai hoje a noite? - Pergunto.

Sem resposta.

- Arthur? - Tento chamar sua atenção. - Está aí? - Ele respira fundo e pisca lentamente. Seu olhar está em mim agora.

- Oi, to'. - Ele se ajeita na cama. - To' sim. Só to' pensando demais. - Ele diz a última parte meio sem ânimo, como se realmente estivesse preso em algo.

- E esse pensamento tem nome? - Pergunto suave. Tenho quase certeza de que seus pensamentos estão em um certo alguém.

- Quer saber, eu acho que já decidi com qual roupa eu vou. - Ele levanta da cama, mudando de assunto bruscamente. Eu vou dar o tempo dele.

- Mostra aí. - Peço. Sinceramente, estou realmente interessado nas roupas dele, mas estou mais interessado em saber outras coisas..

Arthur se levanta e anda até seu armário. Ele abre as portas e com desespero ele começa a jogar algumas peças de roupa em minha direção.
Depois disso ele vem correndo em minha direção e começa a colocar as peças uma sobre a outra.

Recomeço, cinerarias e acordes refeitos Onde histórias criam vida. Descubra agora