_ (Talvez) uma evolução _

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11/02/22

~ Cohen

Eu tenho estado bem, mas hoje é sexta feira, hoje tem aula de educação física.
Acho que quase todo mundo gosta de educação física, mas eu, particularmente, detesto, odeio, espero que suma da face da terra.

A aula em si já é uma merda, e ainda tem o professor, maluco sádico que adora ver aluno se matando. Olha, não entenda mal, o Balu é amigo da minha família, e até que o cara é legal. Mas nenhum churrasco bem feito dele lá em casa paga o tanto de vezes que eu fui pra' enfermaria depois das aulas dele.

Hoje mais tarde eu combinei com a Ivete de fazer hidratação no meu cabelo, acho que vou abrir o jogo com ela. Falar como me sinto vai ajudar, eu espero. Vou falar sobre não saber se eu realmente sinto, que talvez eu possa me apaixonar de novo.

Falar também que eu ouvi uns barulhos "estranhos" vindo da casa do joui. Vou perguntar se eu deveria tentar conversar com ele sobre a situaçãoda familia. Porque ele pode pensar que não, mas eu vi um roxo bem grande nas costas dele.

Em fim, minha psicóloga disse que é bom eu conversar com alguém que confie, e quem melhor do que minha Ivetinha pra' isso, né?...

- Alunos, bom dia! - Ele exclama bem alto na quadra. Mesmo parecendo um grito, conheço ele o bastante pra' saber que ele deve estar usando um de seus tons mais baixos.

- Hoje vamos fazer uma atividade em grupo, então se separem em times de números iguais. Obrigado - Ele complementa, se vira vai atrás de seus materiais que ficam nos vestiários.

Em algum momento me vejo sendo escolhido para um time com algumas pessoas que não converso muito, algumas do 2b, já que essa aula a gente faz junto deles, e o samuca.

- A sua cara de desgosto é incrível. - Aparentemente Gal também está no meu time. - Cala boca, ceboso. - O respondo, samuca ri de fundo. - Olha quem fala, emo fedido. - Ele responde.
Eu ainda vou cortar o cabelo dele com uma tesoura, ele vai ver.

Samuca continua rindo da situação, ano passado ele teria chamado o Gal de "puta gótica", mas agora eles são amigos. Depois que a escola renovou as carteiras para mesas juntas, estamos condenados a sentar ao lado de nossos colegas do primeiro trabalho para o resto do ano, já que eles tiveram muita preguiça pra' sortear de novo.

Felizmente estou com o joui, isso é uma benção divina. Já o Arthur não teve tanta sorte...

- Olha só, se você encostar em mim de novo eu vou fazer da sua vida um inferno. - Dante diz, seco como sempre, pra' Arthur. Que em contra partida está com uma bola de volei nas mãos.

- Estudar com você já é minha pior tortura. - Diz tutu com sarcasmo na voz. Ele é mais rápido do que Dante consiga ver, quando percebo, Dante está com a mão no rosto. Arthur deu uma puta bolada na cara dele.

Deve ter doído bastante. Ele, que é branco, estava todo vermelho, ele está prestes a pular no pescoço do Arthur quando o professor chega.

Eles estão assim a semana toda, quando o Dante estava lá em casa 'tava tudo as mil maravilhas, agora se um passar perto do outro eles entram em discussão.

- Gente, foi um minuto longe! Dante e Arthur estão fora, podem ir sentar. - Os dois trocam olhares e vão, um pra' cada lado, se sentar. Algumas pessoas reclama do Dante ter saído, algumas do Arthur. A maioria que reclamam do Dante são meninas que ficam por aí babando ovo dele, parece que elas não veem que ele não gosta delas.

Se eu fosse o Dante eu ficaria bem incomodado. Falando nele, ele se vira e vai pro' vestiário, onde Arthur tinha ido a alguns minutos. As meninas o acompanham com o olhar, algumas imploram para o professor deixar ele voltar. Apesar de todas as ofertas "irrecusáveis" ou a escândalo o professor continua negando.

Recomeço, cinerarias e acordes refeitos Onde histórias criam vida. Descubra agora