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assim que acordou no dia seguinte, soube que o dia não ia ser muito bom. suas criadas estavam vestindo preto.

oque significava que alguém tinha morrido.

ela sentou na cama e olhou as duas. 

'quem morreu?'

'o rei, senhorita. ele vai ser velado ao meio dia.'

Mitrya não conhecia o rei Viserys, mas se sentiu triste por ele.

ela levantou e deixou que as criadas a vestissem, um vestido preto, longo, liso. mangas compridas e cabelos totalmente presos.

sem jóias. ao sair do quarto, viu que haviam bandeiras pretas cobrindo as janelas, tudo escuro e muito fúnebre.

as flores que decoravam os corredores haviam sido retiradas. e derrepente ela viu duas criadas correndo com toalhas, as seguiu, sem saber o por que.

estavam no corredor ao lado, o quarto da princesa Rhaenyra.

ela entrou, haviam algumas criadas, seu pai gritando, e muito sangue na cama onde Rhaenyra estava.

'onde estão os malditos Meistres?!' - Daemon sacudiu uma criada pelos ombros.

'preparando o corpo do rei, senhor.. me perdoe!' - ela disse e Daemon a soltou, indo até a cama.

'tudo bem, minha Nyra. continue fazendo força.'

Mitrya havia ajudado nos quatro partos pelos quais sua antiga patroa havia passado, e em todos ela quase perdeu a criança.

era muito sangue e não adiantava empurrar, forçar acabava quebrando o pescoço da criança.

ela se aproximou.

'pai.. Rhaenyra.. não empurre, espere, me deixe ver.'

'oque vai fazer?' - Daemon perguntou, enquanto Mitrya se ajoelhava entre as pernas da madrasta.

'quem é a parteira?' - ela perguntou, a mulher se aproximou - 'olhe, vê que o ombro dele está preso? se forçar vai quebrar o pescoço.'

Rhaenyra soltou um som de engasgo, Daemon a segurou.

'certo, como sabe disso menina?' - a parteira perguntou.

'ajudei com alguns partos.. escute, isso vai parecer loucura mas é oque ajudou a trazer as crianças vivas.. temos que abrir mais espaço.'

'sem cortes.' - Daemon disse - 'não vamos perdê-la assim.'

'não é na barriga, é.. bem.. lá embaixo, é só pele, não vai sangrar muito, podemos dar pontos depois.'

'Mitrya.' - Rhaenyra a chamou - 'isso vai salvar meu filho e a mim?'

'sim senhora.' - ela respondeu firme. ia mesmo. já havia visto algumas vezes.

'então faça.' - ela mandou, e Daemon a olhou com certo medo.

Mitrya percebeu que a amava. que os dois se amavam.

'me dê algo pra cortar.. pequeno.' - ela pediu e a parteira a entregou algo que parecia uma faca, mas era mais fina.

Rhaenyra a olhou e assentiu com a cabeça.

Mitrya puxou as mangas do vestido e colocou três dedos contra a cabeça do bebê, para ter certeza de que não ia cortá-lo, e passou a lâmina, abrindo um corte na intimidade da madrasta.

Rhaenyra gritou e o bebê deslizou pra fora, com mais espaço.

não chorou.

'e agora?' - a parteira perguntou.

A Casa da Tormenta || Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora