04

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depois de passar o dia em companhia dos novos irmãos, Mitrya aprendeu várias coisas, desde como se portar, até as origens das piadas que eles faziam.

eram todos divertidos, até os três mais novos. Joffrey era um tiradorzinho de sarro, e parecia muito bem entretido com a nova irmã.

Mitrya era a única da família a ter olhos verdes. e Joffrey queria saber o porque, foi engraçado ver Jace e Baela o explicando como uma criança podia pegar características dos pais e avós.

e depois do jantar, eles andaram até os quartos, enquanto os adultos ficaram bebendo. 

as criadas levaram os mais novos, e Jace puxou Baela para o próprio quarto.

Luke riu e negou.

'esses dois vão acabar tendo filhos antes de casarem.' - ele murmurou.

'quando vocês casam?' - Mitrya perguntou, curiosa.

'hm.. mamãe disse que só quando eu, Rhaena e Baela tivermos dezessete. daqui três anos.' - ele respondeu, pensativo.

'Jace já tem idade, mas ainda está longe para Baela, eles ficam aos beijos metade da noite.' - Rhaena deu de ombros - 'acho que papai vai querer casar você logo.. já vai fazer dezoito, não é?'

Mitrya assentiu.

'já.. espero não casar com um velho.' - os dois riram, e ela também - 'boa noite.. até amanhã.'

'boa noite, Mitrya..' - os dois disseram juntos e saíram andando, ela entrou no quarto, e as criadas já estavam a esperando.

era uma noite fria, e elas a deram um banho quente, lavaram seu corpo e seus cabelos com aqueles líquidos cheirosos, e a vestiram em uma camisola e um robe, ambos de seda, e ambos bem finos.

deixaram seus cabelos soltos, e eles começaram a ondular conforme secavam. ela conversou com as criadas por um tempo, estava começando a gostar delas, e depois que elas a deixaram, para que pudesse descansar, Mitrya levantou.

amarrou o robe de seda de qualquer jeito e ficou de pé na cama, empurrou a parede atrás da cama, e sorriu quando essa se abriu.

ela segurou na cabeceira da cama e pulou, caindo de pé pro lado de fora, fechou a parede e começou a andar pelo corredor.

estava descalça, e por conta das roupas finas, começou a sentir frio.

andou, contando as portas, e quando chegou até a oitava, ela subiu os poucos degrais. demorou uns segundos até achar a corrente, e teve muita dificuldade para puxar.

a parede era pesada. empurrar era diferente de puxar, no fim.

Aemond estava deitado na cama, e virou pra trás quando ela abriu a passagem.

ele estava sem camisa. os cabelos soltos, e sem o tapa olho.

'oque foi?' - ele perguntou, soltando o livro que estava lendo no colchão.

'você me disse como entrar, vim conversar.' - ela disse, Aemond ficou de joelhos no colchão e a estendeu uma mão.

Mitrya segurou a mão dele e subiu na cama, entrando no quarto, ele a segurou pela cintura, e a soltou quando ela soltou na cama, puxando a parede para fechá-la.

ele voltou a sentar na cama, e ela desceu os olhos por ele. o abdôme forte exposto, até a entrada em V, sumindo dentro das calças.

ele a observou e encostou o corpo na cabeceira da cama.

Mitrya estava sentada nos próprios calcanhares, o laço do robe havia soltado e aberto, e a camisola marcava os seios e os quadris dela, e também as coxas.

ela observou o rosto dele, era bonito. e sem o tapa olho, a cicatriz ficava exposta, estava inflamada.

'não achei que fosse recente..' - ela disse, se aproximando um pouco.

'não é.' - ele respondeu meio na defensiva.

'está inflamada..'

'é por causa do tapa olho. fica úmido. não cicatriza.'

ela assentiu, desceu da cama e saiu andando pelo quarto dele, havia uma jarra com água em cima de uma mesa, ela pegou e virou em uma vasilha, de costas pra ele.

pegou um pedaço de pano e a vasilha e voltou até a cama.

Aemond continuou quieto.

Mitrya deixou a vasilha no criado mudo ao lado da cama e molhou o pano, ela o observou.

a cama era alta, então ela subiu, passou uma perna por cima das dele e apoiou uma das mãos no ombro nu.

ela encostou o pano molhado no olho dele, Aemond fechou o olho bom e puxou o ar com força.

'está doendo?' - ela sussurrou.

'está.' - ele sussurrou devolta.

'aperte alguma coisa então. pra ajudar na dor.'

ele riu baixo, mas fechou a cara quando ela passou o pano no machucado outra vez. Aemond segurou a barra da camisola dela, e começou a brincar com o tecido.

'sobre oque veio conversar?' - ele perguntou.

'sua mãe disse que brigaram ontem. e Jace disse que foi por que você os chamou de bastardos.'

'chamei.' - ele admitiu - 'não com essa palavra, mas chamei.'

'por que?' - ela continuou limpando.

'não gosto de bastardos.'

'então não gosta de mim?' - ele abriu o olho, segurou a mão dela, a afastando do próprio rosto.

'gosto.' - ele disse, Mitrya assentiu e segurou a mão dele, puxando pra baixo, voltou a limpar a ferida.

'você podia parar de chamá-los assim.' - ela pediu, Aemond a observou.

'é um pedido?'

ela murmurou um, "uhum.."

'e oque eu ganho em troca?'

'oque você quer?' - ela perguntou, abaixando a mão.

'eu vou pensar.' - ele disse e segurou a mão dela - 'já acabou?'

'já. tente ficar sem o tapa olho.. ou talvez coloque uma gase entre o couro e a pele.'

'sim senhora..' - ela deitou a cabeça pro lado e sentou nas coxas dele, suspirou.

'então temos um acordo, eu e você?'

'temos um acordo. eu. e você.' - ele disse, e a observou outra vez.

'por que está sempre de preto?'

'como assim sempre? só me conhece a dois dias..'

'não.. todas as vezes que te vi em público estava de preto.'

ele sorriu.

'eu gosto de preto.'

'eu prefiro laranja. amo laranja.'

Aemond deitou a cabeça pro lado.

Mitrya levantou do colo dele e deitou na cama, ao lado dele, os cabelos se espalharam no travesseiro dele, e ela virou de lado.

ele deitou também, a olhando.

'você ficaria bem bonito de vermelho.' - ela disse e ele riu baixo.

'a minha mãe me mataria se eu usasse vermelho. ela odeia.'

'ela é um pouquinho séria demais..'

'é.. tem razão nisso.'

Mitrya o olhou, sentou na cama.

'cuide desse olho.' - ela mandou, isso o fez sorrir - 'tenho que ir. preciso dormir.'

'durma aqui..' - ele disse, saiu como um pedido.

'não posso.. minhas criadas vem cedo.'

ele levantou e subiu na cama, empurrando a parede.

'qualquer coisa grite..'

ela riu baixo, segurou a mão dele para descer e o olhou outra vez antes de sair pelo corredor. voltou até o quarto e dormiu depois de uns minutos.

A Casa da Tormenta || Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora