coincidência

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Zayla Carter

O carro lentamente ia se estacionando numa garagem. O professor abriu a porta do carro para mim, e tive uma vista surpreendente. Era surreal. A casa dele parecia mais um castelo de estrutura antiga e bem cuidada.
Fiquei boquiaberta e muito encantada.

— Nossa, a sua casa é muito bela. — falei timidamente.

Ele não respondeu-me. Ao menos sorriu.
Nem um pouco simpático, nem um pouco carismático.

Abriu a porta e o segui entrando na sua casa. Realmente eu estava certíssima, até os móveis eram primitivos, a iluminação mal, janelas abertas e dava para ver a rua serena. Não tinham pessoas na rua, as casas também não tinham luz suficiente. Ele deixou-me parada na sala sem saber o que fazer e entrou em outro cômodo da sua casa.
Sentei-me no sofá e esperei sua volta pacientemente enquanto observava os quadros antigos de artes. Também tinha uma mulher com um bebê nos braços que parecia ele, julguei ser o Andrew Williams. Esta mulher loira e muito bonita, estava em quase todos os quadros. Será que ela é alguém muito especial para ele? Será que o professor é casado?

Tomei um susto quando olhei uma sombra se aproximar, e o professor apareceu muito sério, com uma bandeja nas mãos. Trouxe chá e alguns biscoitos.

— Você está bem? — me perguntou enquanto colocava a bandeja na mesa.

— Me sinto um pouco melhor. — ele assentiu com a cabeça.

— Trouxe algo pra você comer, por favor coma e irei preparar um quarto de hóspedes para você. — Ele trouxe novamente a bandeja.

Peguei o chá e não aceitei os biscoitos, estava um pouco enjoada. O senhor Williams se retirou e me deixou sozinha mais uma vez. Ele demorava para voltar, então depositei a xícara de volta à mesa e encostei-me ao sofá adormecendo.

[...]

Abri meus olhos lentamente sentindo uma dor de cabeça forte, e me assustei quando percebi que não estava em casa.
Levantei-me rapidamente da cama, o quarto estava escuro, só a janela aberta, o dia já amanhecia chuvoso. Agora eu lembro do que fiz ontem, meu Deus eu fui uma estúpida! Menti para minha mãe e dormi na casa de um homem que eu mal conheço. Caminhei até a porta e a abri, caminhei até as escadas procurando por alguém. Apesar de muito bonita, essa casa me assusta um pouco. Parece algo assombrado, eu não sei explicar. É tão sem cor, tão rústico e antigo.

Parei da escada quando eu vi meu professor aparecer de terno, colocando seu relógio de prata no braço. Devo comentar que ele é muito atraente, mas também repreendo esses pensamentos, além do mais, ele é meu professor.

— Onde você vai? — perguntou subindo as escadas.

O mesmo ficou apenas UM degrau abaixo de mim, e me encarava em busca de resposta.

— Bom dia.

Não respondeu meu doce bom dia.

E encarou esperando uma resposta.

— Eu preciso ir para minha casa, a minha mãe deve estar desesperada.

— Eu sei, mas você não vai sozinha. Ou pensou que ia? — olhou-me profundamente.

Amor de Padrasto Onde histórias criam vida. Descubra agora