suspeitas.

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Zayla Carter

On flashback

Eu acompanhava Emma na refeição da manhã na cantina do colégio. Estávamos conversando sobre química, e eu ansiava contar-lhe o que houve comigo. Sobre minha recaída. Eu queria que isso fosse tão íntimo ao ponto de morrer dentro de mim, mas estava me torturando desde ontem. Eu estava confusa.

— Estou me sentindo uma idiota, sabe? — Mexi a colher no capuccino.

Ela me olhava com os olhão, como se já esperasse minha próxima frase.

— De novo acabei transando com ele.

Ela respirou fundo, sorrindo sem graça.

— Está arrependida? — franziu o cenho com sua pergunta.

Neguei. Em prantos, eu neguei.

— Eu deveria estar. Ainda me dói quando lembro que o homem que eu sou completamente apaixonada vai ter um filho. E sabe o pior? Esse filho é meu irmão.

— Essa história de vocês é muito confusa, porque não tentam conversar? — perguntava comendo uma maçã.

Sorri tristonha. Pensando de como não é fácil apenas se oferecer ao diálogo.

— Eu não posso tentar consertar algo tão errado como isso. — falei sentindo uma mágoa.

Alguém me entenderia, de quando uma simples palavra te machuca tanto que se forma um rio nos seus olhos só de ouvi-la?. Eu me sentia assim, rendida diante dessas palavras tão verdadeiras e tão dolorosas.

— Eu queria que tudo isso fosse diferente. Queria ama-lo sem medo, amo-lo para o mundo inteiro saber. Não queria viver escondida.

Uma lágrima passageira se desmoronou dos meus olhos, eu senti meu rosto arder. A cara de pena de Emma me fazia querer chorar mais ainda.

— Porque na minha vez de ser amada tudo dar errado?

— Não pensa assim, Zayla. — ela negava com olhos tristonhos. — Eu prometo pra você que isso tudo é passageiro, vai chegar um dia que você vai entender esse momento. Eu só te peço para escolher o caminho certo, o tempo perdido não volta e o arrependimento não conserta nada.

Assenti secando meus olhos. Fiz minha postura e arrumei os cabelos. Respirei fundo para lembrar de que eu ainda precisava viver e não apenas pensar sem um fim.

Off flashback

Depois das perguntas idiotas do Andrew, a aula acabou e eu como uma grande teimosa não esperei ele pra irmos juntos para casa. Entrei num ônibus pensando na merda das minhas escolhas. Começando por não saber dirigir bem. Sentei-me num banco vazio no fundo do ônibus, perto da janela.

Contemplava o pôr do sol e as nuvens cinzas nanquim, esperando pela chuva de temporal. Senti frio e pus meu casaco de pêlos. Desci do ônibus na parada, pus o capuz do casaco na cabeça e fui caminhando para casa. As ruas desse bairro sempre estavam vazias, parecia algo sombrio de filme de terror. Abri a porta sem pressa alguma, adentrando. De cara encontrei meu padrasto sentado no sofá, sem camisa e apenas um short mole, marcando sua partes íntimas. Engoli em seco sabendo do meu prejuízo.
Não iria encará-lo para não receber sermões, então caminhei em passos rápidos e de cabeça baixa.

— Vai mesmo fingir que não me viu?  — sua voz estava rouca e muito sexy.

Sem movimento brusco, me virei para trás com uma cara de sonsa.

— Eu realmente não te vi. — falei.

Ele riu debochado e se levantou em seguida.

— Ontem você estava toda manhosa enquanto sentava pra mim, agora finge que não me viu, fica me ignorando, não é isso?

Sorriu igual um cafajeste mostrando suas covinhas absurdamente lindas.

Se aproximava em passos lentos com a cara fechada, eu julgo ser tesão, mas não vou arriscar. Ele estava posturado e marrento.

— Estou cansada, melhor conversamos outro dia. — engoli em seco tentando ter foco.

Ele levou sua mão com delicadeza até meu queixo e inclinou, me deu um selinho, mudou de estratégia e beijava meu pescoço. Seu pênis encostava na minha barriga e eu já sentia minha intimidade queimar.

— Para, Andrew. É arriscado, eu não...

— Porque parar? Você quer o que eu quero. — ele voltou a me dar selinhos.

— Andrew... — saiu como um gemido. Porra. Falhei miseravelmente.

Ele agarrou minha cintura e me chocou contra seu peito, agarrou meu pescoço e me beijou desesperadamente. Eu tentei resistir, mas quando percebi, estávamos em um envolvimento único. Nossas línguas dançavam umas nas outras, estávamos descontrolados como selvagens. De repente quando lembro que preciso reagir, paro de beijá-lo e o empurro pra trás, mas ele não se move.

E me olha tentando recuperar o fôlego.

— Minha mãe pode chegar, Andrew. Você ficou louco?

Ele negou com a cabeça, como um cachorrinho não ganha seu petisco. Ouço passos se aproximarem, quando entro em choque.

— O que vocês estão fazendo? — minha mãe adentra na sala.

Olho pra ela com os olhos arregalados e desesperada. Estaria muito fácil me julgar pela minha cara, mas eu não conseguia omitir pela expressão. 
Andrew estava com o pau ereto e percebi que ele tentava disfarçar.

— Como assim, " minha mãe pode chegar", Zayla? — ela estava desconfiada e isso me impressionava.

— Mãe, eu e o Andrew queria fazer uma surpresa para a senhora e estávamos conversando sobre isso. Por isso eu falei pra Andrew que falaríamos disso em outro dia para não atrapalhar a surpresa. — tentei não gaguejar.

O cafajeste do Andrew me olhava tão sério que parecia um santo inocente.

— Mas... mas acho que não adiantou, né? — perguntei de cabeça baixa.

— Desculpa, meu bem. Eu achei que alguma coisa séria tivesse acontecido. — me dá um beijo na cabeça e vai até o Andrew e lhe dá um selinho na boca.

— Tudo bem, melhor eu ir para meu quarto.  — Falei. Olhei pra ele com raiva.

Ele deixava ela o beijar sempre e nem se quer tentava impedir.


Não revisado.

Princesas, ao longo da semana irei publicar mais capítulos, pois estou sem muito tempo para escrever.

Comentem sempre, são os comentários de vocês que me dão ânimo para estar aqui.
Muito obrigada!

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