roupas sensuais

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Zayla Carter

Desperto com o som da chuva que me acalma. Forks amanheceu mais chuvoso que o normal. Levantei da cama, calcei minhas panfuntas e abri as janelas do quarto, permitindo pingos de água caírem em mim. Eu não me importava. Respirei o ar gélido enquanto fechava os olhos relaxando. Uma noite de sono era o que me faltava, acordei me sentindo em outro planeta terra, onde meus olhos não pesavam, nem minha mente me torturava. Fechei as janelas cuidadosamente, e fiz minha higiene matinal, incluindo um banho quente para me deixar mais preguiçosa. Eu estava afim de uma preguiça despejada.

Vesti uma calça larga de ficar em casa, era a cara da minha preguiça. A calça estava cheia de bolinhas, por minha frequência que a vestia para dormir. Para me agasalhar, vesti um casaco com desenho de um panda bebê. Os cabelos permaneciam num coque frouxo. O rosto despido de maquiagem, mas as olheiras estavam mais invisíveis, apenas meus lábios que pareciam não terem vida. Pálidos e recessados. Passei um brilho labial na intenção de me embelezar.

Para meu auto astral, hoje é feriado! Dia de comer chocolate e assistir seriados.

Pus meus pés na cozinha, lá estava minha mãe concentrada no seu pão de alho, enquanto falava com alguém no telefone. Ao perceber minha presença, se despediu de alguém e me deu bom dia.

- Melhorou da dor de cabeça? - me perguntou.

- Sim. Estou bem melhor. - peguei a garrafa de café pondo na minha xícara.

- Graças a Deus. Eu estava preocupada. - falou seriamente.

Assenti sorrindo.

- O que vai fazer hoje? Poderia passear um pouco com suas amigas. - a mesma comentou.

Franzi o nariz expressando negativada.
- Não sei. Acho que irei dormir o dia inteiro. - ri.

- Nada disso, filha. Aproveite sua juventude. Vá sair com suas amigas. - me repreendeu.

Escutei uma tosse falsa atrás de mim. Ruth.

- Desculpa interromper, senhora. Mas se a senhorita quiser, podemos ir ao shopping. - sugeriu Ruth.

- Ótima ideia, não é filha? - minha mãe estava animada.

Pensei no que a senhora Ruth havia me dito. Poderia ser uma boa ideia, mas eu não estava animada.

- Obrigada pelo o convite, dona Ruth. Mas eu estou com o guarda-roupa cheio, acho que não preciso de roupas novas. - falei delicadamente.

- Tudo bem, mas a senhorita poderia me acompanhar, assim poderá espairecer um pouco. - insistiu docemente.

Assenti. Eu não iria fazer essa desfeita com ela. Dona Ruth sempre foi um boa pessoa para mim, desde que pus meus pés nessa casa, então eu teria de agradecer seus atos.

- Tudo bem, eu irei, mas por você. - ela sorriu agradecida.

Eu não estava afim de sair para o shopping, não é meu hobby favorito, mas seria divertido um passatempo diferente do cotidiano. Subi para meu quarto e vesti uma roupa qualquer, não tão ridícula para um shopping, mas ridícula. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo, passei um perfume adocicado. Ruth já me esperava na sala aprontada para irmos. Como prevenção, chamei um táxi para não pôr a vida de alguém em risco, enquanto eu dirigia.

Chegamos no shopping e eu me distraia com os manequins charmosos da vitrine.

- Olha este vestido? - Ruth tocou em um vestido delicado e chamativo de cor vinho.

Franzi o cenho negando. - Não acha que é um pouco chamativo?

- Para mim sim, mas pra você é perfeito. - sorriu e caminhou.

Fiquei pensativa com seu último comentário. Era de fato uma roupa sensual e de chamar atenção, mas talvez não fosse a roupa ideal para eu me sentir eu mesma.

- Nossa. O que achou desse croped? - tocou em uma mini blusa justa. Fiquei surpresa com o tamanho de tecido.

- A senhora não acha muito curto? Ele de fato é bonito, mas... - me interrompe.

- Na sua idade tudo é bonito, doce Zayla. - sorriu gentilmente. - O problema é a velhice. Eu queria ter aproveitado mais quando tinha meus dezoito, e ter me mostrado mais, igual minhas amigas. Mas, bom, a vida é assim. - me parecia triste. - depois que não se aproveita, apenas se tortura com a juventude perdida.

Sorri sem graça. Podia ser verdade o que ela havia dito. Desde muito tempo estou escondendo meu corpo por baixo de tecidos sem fim. O que seria pôr uma roupa de verão enquanto brincaria com minhas amigas? Sendo jovem. Eu sabia o que dona Ruth queria dizer. Ser jovem é aproveitar o máximo que podemos. Depois chega a velhice e o arrependimento chega na porta.

- Eu quero me vestir assim. - apontei ao manequim.

Não revisado.

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